Educação Infantil na Favela da Maré: Pouco se tem? Muito se espera?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Estani, Joyce Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16916
Resumo: Este trabalho está baseado na apresentação e análise de aspectos históricos, sociais e pedagógicos da Educação Infantil no Complexo da Maré, tendo como objetivo geral investigar os principais desafios enfrentados para que aconteça uma Educação Infantil pública e de qualidade na Favela da Maré. Para tanto, analisamos as expectativas de uma amostra desta população em relação à qualidade deste ensino. Toma-se como método o Estudo de Caso desenvolvido no Espaço de Desenvolvimento Infantil Professora Solange Conceição Tricarico. No capítulo 1, o quadro teórico metodológico é composto pelos autores Oliven (2010), Lopes (2008), Ojima (2007), Davis (2006) e Carvalho (1987), para pensar o processo de urbanização e favelização da Cidade do Rio de Janeiro. Neste capítulo, em especial, o trabalho de Carvalho (1987) contextualiza o processo de europeização da cidade carioca no início do século XX e o afastamento das camadas menos favorecidas da população da discussão e cidadania política da época. Para refletir sobre Periferia e Favela tomamos como base os estudos realizados por Machado (2002), Perlman, (2002), Zibechi (2015) que, dentre outros autores, abordam os estereótipos que marcam a visão da população favelada, mencionando a violência, falta de estrutura básica de higiene e saúde, porém como um espaço de luta, produção cultural, resistência e manifestação artística. No capítulo 2, para problematizar o conceito de criança, chegar até a categoria infância e da criança na condição de sujeito de direitos, dialogamos com Ariès (1981), Fernandes; Kuhlmann Júnior (2004), Lajolo (2006). Analisamos também questões relativas à criança no processo de institucionalização escolar, que tratam da Educação Infantil , a partir dos períodos históricos que incidem na dualidade da oferta escolar, de modo a possibilitar a reflexão acerca da educação desenvolvida nas Favelas. Para isto, trabalhos de autores como Andrade (2010), Didonet (2001), Kramer (1999), Oliveira (2001) e Souza (2010), são utilizados para o desenvolvimento das relações entre a infância e a Escola, além de textos de Freire (1986), Beto (1886) Santos (2017), Saviani (2008). Finalizamos o Capítulo 2 com a legislação nacional acerca da Educação Infantil, nas quais destaca-se a figura da criança como um sujeito de direitos.O terceiro capítulo trata do Estudo de Caso do Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Professora Solange Conceição Tricarico, que versa acerca do levantamento da visão e expectativas de uma amostra de mães de alunos deste EDI, acerca dos principais desafios encontrados para a oferta educacional e frequência das crianças neste espaço. Dessa forma, notamos que, além da literatura sinalizada, as respostas das mães evidenciaram que muito pouco se tem na Maré em termos de segurança, infraestrutura, saneamento básico, investimentos públicos que possam responder às demandas de uma população de quase 140 mil pessoas. Porém, muito se tem na Favela da Maré: muita luta, resistência, cultura, esperança, potência e o EDI Professora Solange Conceição Tricarico foi identificado como um desses espaços na Maré.