Hidronegócio e ruptura metabólica: contradições econômicas e socioambientais da implantação de barragens no território Cantuquiriguaçu
Ano de defesa: | 2022 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19295 |
Resumo: | Nesta tese, analisa-se a relação entre o hidronegócio do setor energético e o processo de materialização da ruptura metabólica entre sociedade humana e natureza. Por meio da pesquisa exploratória, documentou processos relacionados à implementação e operação de grandes barragens no rio Iguaçu e que atingem o território Cantuquiriguaçu, no Paraná, bem como, de suas contradições e conexões com o sistema capital enquanto totalidade hegemônica na contemporaneidade. Os resultados são abrangentes: potencialização do desenvolvimento das forças produtivas e concentração e centralização do capital por um lado e, desterritorialização, deslocamento compulsório, violação sistemática de direitos humanos das populações atingidas, degradação ambiental, socioeconômica e cultural das regiões atingidas e conflitos de classes de outro. Estes são elementos da ruptura metabólica aprofundada pelo hidronegócio nas múltiplas escalas, do local ao global. A ruptura metabólica é a mais abrangente e radical expressão da crise orgânica e estrutural do capital. É inaugurada e se reproduz de forma aprofundada em cada ciclo de produção e reprodução do valor, pela atividade alienada. Da mesma forma, a descoberta e a utilização da eletricidade tornou-se um de seus principais fatores. Ela potencializou a capacidade produtiva e transformou de forma revolucionária diferentes dimensões da vida social. Por isso, o hidronegócio, reproduz em suas mediações, as mesmas relações e resultados ao anexar territórios, populações, bases naturais e infraestruturas públicas e privadas ao domínio do capital. Mas, a pesquisa demonstra também que a crise ecológica impõe desafios científicos, tecnológicos, econômicos, éticos e sociopolíticos, ao revelar-se insuperável sob a vigência da relação capital. Daí a encruzilhada em que se encontra a humanidade – a parte consciente da natureza – e, em especial a classe trabalhadora – produtora do valor – uma vez que atingimos, pela primeira vez na história, a possibilidade concreta da auto aniquilação: o colapso ecológico [ou bélico] completo sob o capitalismo ou a reinvenção das relações sociais na travessia para o socialismo. A emancipação humana, como superação da alienação do ser social e da atividade produtiva, tornou-se urgente e necessária. O Estado, elemento essencial dos sociometabolismos contemporâneos e da expansão do hidronegócio, precisa ser transformado para assim operar a mediação eficiente do processo de emancipação. |