Avaliação do diafragma por meio da ultrassonografia e sua associação com testes de função pulmonar em pacientes com anemia falciforme
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20633 |
Resumo: | A anemia falciforme (AF) é uma anemia hemolítica hereditária autossômica recessiva, na qual a hemoglobina (Hb) normal adulta está estruturalmente alterada, o que confere à hemácia uma forma “afoiçada” quando em meio hipóxico. Possui um amplo espectro de manifestações clínicas que determinam grande morbimortalidade. Nos adultos, a principal preocupação é com as lesões crônicas de órgãos e sistemas, sendo que as intercorrências pulmonares e renais estão entre as maiores causas de mortalidade e em estudos anteriores foi observado distúrbio ventilatório restritivo e comprometimento da musculatura respiratória nesses pacientes. Este estudo teve por objetivo avaliar os aspectos morfológicos e funcionais do diafragma por meio da ultrassonografia (USG) e correlacioná-los com os testes de função pulmonar (TFP) de pacientes adultos com AF. Trata-se de um estudo observacional transversal com 40 pacientes adultos com AF, de ambos os sexos, oligossintomáticos, acompanhados no ambulatório de Hematologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), que realizaram exame de USG do diafragma e TFP, em um intervalo máximo de um mês entre ambos. Foi recrutado, ainda, um grupo de 44 voluntários saudáveis, com índice de massa corporal (IMC) dentro da normalidade, não fumantes e sem queixa respiratória de qualquer natureza, utilizado nesse estudo como controle para os parâmetros da USG do diafragma e que não realizou os TFP. Todos os diafragmas avaliados estavam com ecogenicidade preservada (hipoecoicos) e a espessura dos mesmos não apresentou diferença estatística entre os grupos. Entretanto, o grupo com AF apresentou mobilidade significativamente maior da hemicúpula direita na inspiração profunda (p=0,004) e no sniff test (p=0,0008), e menor da hemicúpula esquerda na respiração basal (p=0,009). A regressão linear múltipla mostrou que a espessura da hemicúpula direita na apneia expiratória (p = 0,004; p = 0,007) e a mobilidade da hemicúpula direita na inspiração profunda (p = 0,022; p = 0,032) foram variáveis independentes significativas para explicar tanto a capacidade pulmonar total (CPT, L/btps) quanto a capacidade vital forçada (CVF, L/btps), sendo essas as correlações mais fortes. Houve predomínio de distúrbio ventilatório restritivo (65%) e redução global da força muscular respiratória, sendo que 17,5% apresentou redução isolada da força expiratória. Os resultados obtidos na USG mostram preservação dos aspectos morfoestrutrais, bem como inexistência de fraqueza ou disfunção muscular do diafragma em pacientes com AF. Também sugerem que a USG pode ser um possível preditor da função pulmonar e, assim, ser utilizada como uma ferramenta auxiliar no seguimento de pacientes com AF, especialmente naqueles com dificuldades de realizar os TFP. |