Avaliação de fatores ergonômicos no Laboratório de Citopatologia da Seção Integrada de Tecnologia em Citopatologia do Instituto Nacional de Câncer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santana, Daniela Alves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde, Medicina Laboratorial e Tecnologia Forense
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17900
Resumo: Os citotecnologistas realizam o escrutínio de lâminas citológicas utilizando como ferramenta de trabalho o microscópio óptico. São frequentemente acometidos por Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) devido a força excessiva, movimentos repetitivos, postura inadequada, postura estática ou vibração durante a utilização do microscópio. No Brasil, não há uma determinação legal quanto ao número de lâminas que os citotecnologistas possam ler ao longo da sua jornada de trabalho. Neste contexto, buscamos identificar e quantificar as atividades repetitivas realizadas pelos citotecnologistas da Seção Integrada de Tecnologia em Citopatologia (SITEC) da Divisão de Patologia (DIPAT) do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) no escrutínio de preparações citológicas cervicovaginais, mensurar os sintomas musculoesqueléticos e buscar oportunidades de melhorias no processo de trabalho, visando à redução de danos aos profissionais. Para isso, aplicamos o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares para Citotecnologistas, analisamos os registros de doença na Divisão de Saúde do Trabalhador (DISAT) do INCA durante o período de janeiro de 2016 a dezembro de 2017 e realizamos a contagem do tempo de leitura e dos movimentos no charriot, micrométrico, macrométrico e revólver do microscópio óptico realizados por cinco citotecnologistas durante a leitura de três lâminas de citologia convencional e três lâminas de citologia de base líquida. Os dados obtidos para análise foram organizados em tabelas utilizando-se o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Com base nos dados do questionário, 34,4% dos citotecnologistas relataram afastamento do trabalho por DORT e as principais queixas foram na região da coluna cervical e lombar. De acordo com os registros da DISAT os principais motivos de absenteísmo dos profissionais que trabalham na SITEC foram categorizados no grupo de doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (25%). Foi observada relação estatisticamente significativa entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e o absenteísmo por DORT. Ao somar os movimentos no charriot, micrométrico/macrométrico, revólver e rotação dorsal entre todos os citotecnologistas, nos seis casos, obtivemos uma média de quinhentos (500) toques e três (3) rotações dorsais por lâmina. A média do tempo de leitura das lâminas de citologia convencional foi de 278,4 segundos, já a média das lâminas de citologia em base líquida foi de 285,5 segundos. Longas horas utilizando o microscópio óptico e/ou postura inadequada durante o screening podem gerar problemas musculoesqueléticos em citotecnologistas. A conscientização sobre a ergonomia é fundamental para identificação dos riscos e planejamento sobre medidas preventivas. A avaliação do quantitativo de toques no microscópio é necessária para a definição da carga de trabalho minimizando os desconfortos osteomusculares associados a movimentos repetitivos. A introdução de novas tecnologias como a citologia em base líquida, que permite a automatização de etapas do seu processamento, deve contribuir para propor melhorias sobre a carga de trabalho destes profissionais.