Formações inovadoras com des- no X/Twitter: descrição e análise pela Morfologia Cognitiva
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20916 |
Resumo: | Este trabalho tem como objetivo investigar e descrever as operações cognitivas acionadas por novas criações lexicais com des-+ base verbal no infinitivo a partir de análise e descrição do comportamento semântico desse prefixo em novas palavras, tendo como foco as formações de base verbal no infinitivo em textos veiculados à plataforma X/Twitter, como desabraçar, desver, dessorrir entre outros. As diferentes pesquisas, no âmbito da morfologia derivacional (Silva; Mioto, 2009, Medeiros, 2010; Rio-Torto, 2019), que analisam o prefixo, estabelecem critérios que, em princípio, serviriam como filtros para más formações, classificando essas palavras como agramaticais/inaceitáveis. Para Silva e Mioto (2009), o prefixo des- não se pode combinar com verbos que não marquem processos ou que marquem processos irreversíveis, entendendo como agramaticais exemplos como: desmorrer, deschegar, deslavar, desdesejar entre outros. Medeiros (2010), por sua vez, afirma que o prefixo des- não denota reversão de processo, mas sim negação ou inversão de um estado decorrente de um processo, portanto, espera-se não encontrar construções com esse prefixo em nomes de eventos como trabalho, dança e pulo, por entender que esses nomes denotam funções incompatíveis com as propriedades de seleção semântica do prefixo des-. Já Rio-Torto (2019) argumenta que esse prefixo repele verbos que denotem i) situações estativas (estar, existir), ii) processos (chover, correr, dormir, nadar, nevar, saltar), iii) eventos pontuais (matar, morrer) e iv) valor extrativo circunfixados em es- (desesbravejar, desesverdear). No entanto, em redes sociais e na língua em uso, de modo geral, é comum se encontrarem todas essas formações consideradas agramaticais por Silva e Mioto (2009), Medeiros (2010) e Rio-Torto (2019). Considerando o córpus formado por 97 tuítes contextualizados, retirados manualmente do X/Twitter através da #des- e des- na seção de busca dessa rede social ou a partir da leitura de discussões em geral na mesma rede, sem utilização da ferramenta de busca, espero evidenciar o sentido prototípico ativado pela construção des-+base verbal no infinitivo. Para esse percurso analítico, utilizo como suporte teórico-metodológico, os pressupostos da Linguística Cognitiva (LC), mais especificamente, do modelo de Morfologia Cognitiva (MC) postulado por Hamawand (2011). Este modelo argumenta que as construções morfológicas devem ser explicadas por meio das operações cognitivas: categorização, configuração e conceitualização. Portanto, considerando que a MC envolve o exame das relações semânticas entre as subpartes na formação de uma palavra (Hamawand, 2011), nossa intenção é aplicar essa estrutura analítica em nossa pesquisa e, por meio de uma análise comparativa, avaliar suas limitações, adequações à análise pretendida, além de delinear possíveis expansões dessa abordagem |