Escola como tempoespaço de atravessamento: entre a Guiné Conacri e o Maranhão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Mendes, Geoésley José Negreiros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17648
Resumo: Esse trabalho apresenta a experiência vivida por mim na oportunidade do encontro com meus/minhas interlocutores/as, estudantes do 6º ano A (turma de 2017) da Escola Municipal Santa Rita, no logradouro Bananal, do município maranhense Governador Edison Lobão. No referido encontro pude perceber e refletir sobre coisas que eu desconhecia em mim mesmo enquanto um sujeito inserido no grupo social pautado pela branquitude. E compreender também que com os pressupostos de escola e de África que eu trazia não seria possível compreender os atravessamentos, silenciamentos e conflitos presentes nas relações daqueles sujeitos. Deslocando-me e apropriando-me da estratégia teóricometodológica da travessia, compreendida como tempoespaço de relações entre vozes (BAKHTIN, 2003; 2006), entre imagens (BENJAMIN, 1994; DIDI-HUBERMAN, 2011, 2013), entre histórias cotidianas (CERTEAU, 2014), fundamentais na produção da linguagem e da cultura, me dou conta de que o encontro entre os/as estudantes maranhenses com fotografias produzidas por estudantes da Guiné Conacri/África nos impõe a necessidade de pensarsentir África nas margens de cá do Atlântico como constitutiva de nossa formação, desde o século XV, uma força escorregadia, que não se deixa apreender, submeter, silenciar (NASCIMENTO, 2016; MBEMBE, 2018). Portanto, que não pode mais ser percebida pelas lentes raciais e racistas da modernidade eurocêntrica. A tese desse trabalho se sustenta na defesa de que todos os movimentos de colonialidade (QUIJANO, 2005; 2010; MADONADO-TORRES, 2016; MIGNOLO, 2015; 2017; WALSH, 2009) da modernidade europeia, para a manutenção de sua estrutura racial, social e econômica, existem para superar/encobrir/negar os conflitos (ALMEIDA, 2019) inerentes à invisibilização e ao silenciamento de África – histórias, memórias, valores civilizatórios, saberes, racionalidades, religiosidades - no Brasil, como em todo o mundo ocidental, que se põem questionando no caminho do capitalismo europeu e criando outro mundo de coexistências e diálogo.