Colônias Orfanológicas da Estrela: a educação de crianças negras e desvalidas no Recôncavo da Guanabara (1876-1881)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Beatriz Souza dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21517
Resumo: De modo a analisar os caminhos possíveis para a educação e a instrução de crianças órfãs, negras e desvalidas em uma instituição, a presente pesquisa objetivou compreender o processo de criação e funcionamento das Colônias Orfanológicas da Estrela, localizadas no extinto município de Estrela, na Província do Rio de Janeiro, na região geográfica que compõem a atual Baixada Fluminense. A presente análise inicia-se em 1876, com a criação da primeira Colônia Orfanológica pelo Juiz de Órfãos Gonçalo Paes de Azevedo Faro. Pela ausência de registros que revelassem o término das atividades na instituição, elegemos como recorte final para este estudo o ano de 1881. A pesquisa encontra-se baseada na análise documental, incluindo relatórios dos presidentes da província do Rio de Janeiro, relatórios do Ministério da Agricultura, legislação educacional e no regimento das Colônias Orfanológicas Agrícolas e Industriais da Estrela. Com ênfase no uso do “regional como unidade e como posição de análise”, de Faria Filho (2009), e na história local da Baixada Fluminense, buscou-se a compreensão da criação, do funcionamento e da oferta da educação para o trabalho de crianças órfãs, negras e desvalidas nas Colônias Orfanológicas Agrícolas ou Industriais de Estrela. Diante da intenção de transformar meninos em “jovens úteis a si e à pátria”, a partir da aplicação do conceito do “fio do nome” de Ginzburg e Poni (1991), este estudo concentrou-se também nos sujeitos envolvidos na manutenção do projeto criado pelo Juiz de Órfãos Gonçalo Paes de Azevedo Faro. Durante as investigações, foram identificadas quatro colônias orfanológicas instaladas nas fazendas e olarias do município, assim como 18 sujeitos atuantes no Conselho Fiscal responsável pela instalação, funcionamento e ingresso de crianças na instituição. Apesar da ausência do livro de matrículas e desconhecimento dos destinos tomados pelos meninos ao saírem das colônias, a localização do regimento da instituição revelou o cotidiano em uma das instituições. O encontro de uma denúncia também contribuiu para a verificação da utilização da mão de obra infantil e a construção do trabalhador nacional após a promulgação da lei de 28 de setembro de 1871.