Caracterização sedimentológica e estratigráfica dos esferulitos da Formação Barra Velha da Bacia de Santos, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Antônio, Mirella Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16870
Resumo: As bacias marginais brasileiras passaram a ter destaque mundial a partir de 2006, quando foram descobertas extensas acumulação de hidrocarboneto na Bacia de Santos na seção do Pré-Sal. A seção do Pré-sal é caracterizada por depósitos de rochas carbonáticas de idade Aptiana, no qual os maiores volumes de hidrocarboneto ocorrem na Formação Barra Velha (FBV). A FBV é composta predominantemente por laminitos, calcário arbustiforme e esferulititos. Os esferulititos são o objeto deste trabalho, uma vez que esta fácies tem uma grande ocorrência nos depósitos do Pré-sal, porém é rara ao redor do mundo. Os dois poços escolhidos estão localizados em contextos estratigráficos diferentes. Variação de textura, morfologia, mineralogia, diagênese e porosidade foram observadas nas fáceis esferulitito através da descrição macroscópica de testemunhos e em petrografia foram feitas as seguintes análises: difratometria de raios-x, mapeamento mineralógico automatizado, análises químicas pontuais usando microssonda eletrônica, catodoluminescência, análise de pressão capilar por injeção de mercúrio e medidas de porosidade e permeabilidade. Diferentes tipos de textura do arcabouço, morfologia e textura interna dos esferulitos foram determinados. Os esferulitos da FBV apresentam extinção do tipo cruz de Malta (regular) ou irregular, podendo apresentar inclusões (grãos terrígenos, intraclastos de argilominerais e fósseis) ou não. O tamanho dos esferulitos foi definido entre muito pequeno a muito grande. De acordo com a forma externa eles foram classificados como arredondados ou concêntricos, subarredondados ou ovoides, compostos ou coalescidos e outras formas. Os esferulitittos podem ter textura do arcabouço variando de frouxo a muito fechado. Dolomita (romboédrica e lamelar), sílica (calcedônia e quartzo) e argilomineral magnesiano singenéticos são o material interesferulito mais comuns. A análise química mostrou um aumento da concentração de Mg em direção ao topo da FBV, provavelmente devido ao aumento das condições evaporíticas no ambiente. A sequência paragenética foi determinada a seguinte forma: o argilomineral magnesiano seria a primeira fase, seguido do esferulito. Dolomita, sílica, dawsonita e outras fases minerais ocorreram durante a eodiagênese. A dissolução do argilomineral magnesiano seria o responsável pela geração da porosidade do tipo interesferulito. Os esferulititos comumente apresentam porosidade principalmente dos tipos interesferulito e intercristalino. As maiores concentrações de amostras possuem valores de porosidade entre 5% e 15% e permeabilidade entre 0,001 e 500 mD, podendo chegar até maiores que 1000 mD. Comparando os dois poços, os esferulititos do alto estrutural possuem arcabouço predominantemente fechado e os esferulitos possuem tamanhos maiores e morfologia do tipo composto ou coalescido com ausência de argilomineral magnesiano. A sucessão vertical de fácies mostra que o poço do alto estrutural, possuem intercalações menos transicionais em comparação ao poço do baixo. No que diz respeito a qualidade de reservatório, os esferulititos do alto tendem a ser melhores devido à ausência de argilominerais magnesianos