Pequenos mamíferos e seus ectoparasitos: estudo de caso em floresta nativa e eucaliptais na Reserva Biológica União (RJ, Brasil), com considerações sobre a biodiversidade de ectoparasitos escondida nos hospedeiros
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Multidisciplinar BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14307 |
Resumo: | A perda da diversidade biológica é uma grave consequência da fragmentação dos hábitats. Tal processo constitui-se a principal ameaça aos mamíferos terrestres do Brasil. No Bioma da Mata Atlântica, alguns estudos foram realizados com pequenos mamíferos em áreas de mata nativa e eucaliptais nos estados de Minas Gerais e de São Paulo. Contudo, nenhum destes avaliou a dinâmica dos pequenos mamíferos em associação com os ectoparasitos e a possível perda de diversidade dos mesmos. No Brasil, diversos estudos apontaram a relação de especificidade entre os ectoparasitos e seus hospedeiros pequenos mamíferos. Nesta tese, em três capítulos, analisamos os resultados obtidos na Reserva Biológica União (Rebio União) para os pequenos mamíferos e seus ectoparasitos nos estágios de sucessão florestal onde ocorrem. A Rebio União localiza-se na região das Baixadas Litorâneas do estado do Rio de Janeiro, sua área total é de 3126 ha. Para a captura dos pequenos mamíferos foram utilizadas 11 áreas alteradas (talhões de eucaliptais) e 12 áreas de mata nativa. Os eucaliptais eram estruturalmente e/ou ecologicamente heterogêneas pela presença de sub-bosque com espécies nativas. As excursões de campo para amostragem de dados ocorreram entre os anos de 2009 a 2012. Em cada área de captura foram estabelecidos cinco transectos (100 m) com cinco pontos para captura com armadilhas tipo Tomahawk e Sherman providas de isca de pedaços de banana madura ou pedaços de aipim com pasta de amendoim. Foram capturados 191 espécimes pertencentes a 13 espécies e sobre estes, e coletados 2184 ectoparasitos de 22 espécies. No primeiro capítulo analisamos o efeito da substituição da floresta nativa por povoamentos de eucaliptos sobre a comunidade de pequenos mamíferos. A riqueza de espécies foi similar nas formações vegetais. Contudo, as comunidades de pequenos mamíferos diferiram entre estas, principalmente pela abundância das espécies. Foi possível diferenciar estatisticamente as comunidades de pequenos mamíferos entre as áreas a partir da complexidade do sub-bosque. A riqueza estimada de espécies indicou a existência de espécies possivelmente ainda não amostradas. O fator de condição de vida do roedor Akodon cursor foi significativamente influenciado pelas estações seca e chuvosa. No segundo capítulo investigamos o efeito da substituição da floresta nativa de Mata Atlântica por povoamentos de eucaliptos sobre os padrões de ectoparasitismo. As comunidades de ectoparasitos associadas aos pequenos mamíferos diferiram entre as formações vegetais estudadas. Foram registradas novas ocorrências de distribuição geográficas e de espécies de hospedeiros para parasitas. A composição de espécies e os índices parasitários indicaram que as comunidades de ectoparasitos de pequenos mamíferos na Rebio União não representam risco iminente à saúde das populações humanas próximas. No terceiro capítulo, em uma análise mais geral, estudamos as questões sobre a conservação da biodiversidade de ectoparasitos de pequenos mamíferos tendo por base o conhecimento acumulado para o estado do Rio de Janeiro. Utilizando estudos realizados em seis regiões geográficas do estado do Rio de Janeiro identificamos uma composição específica e elevada diversidade β entre as comunidades de ectoparasitos de pequenos mamíferos em tais áreas. Finalmente, sugerimos um status de vulnerabilidade à extinção de sete espécies de ectoparasitos de pequenos mamíferos na área geográfica do estado do Rio de Janeiro: três ácaros, uma pulga e três piolhos |