Percepção de docentes e de estudantes sobre a presença dos determinantes sociais de saúde no currículo de uma escola de medicina.
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva MP |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17262 |
Resumo: | Num panorama de desigualdade e iniquidade sociais crescentes, considerar a saúde como sendo um direito fundamental e buscar o idealizado bem-estar físico, mental e social passa por decisões relacionadas às esferas governamentais, institucionais e da comunidade, que tem influência direta dos determinantes sociais da saúde (DSS). Pensando-se no papel das instituições de educação superior e o processo de formação do médico, sua complexidade exige estratégias diversas para que esse profissional possa trazer melhores respostas às necessidades de saúde da população. Para tanto, tenta-se intervir em diversos eixos, tanto em relação à legislação, adaptando os currículos às Diretrizes Curriculares Nacionais, quanto por meio de novas pedagogias de aprendizado, que via problematização fazem uma aproximação teórico-prática. O estudante passa a ter oportunidade de aprender sobre os determinantes sociais de saúde, saindo-se de um modelo de formação puramente biomédica, para uma visão crítica, reflexiva e associada à responsabilidade social. As experiências curriculares podem trazer respostas enriquecedoras condizentes com o ideal de saúde proposto. Utilizando-se a Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS) de Brasília, com seu cenário de ensino na atenção primária, desenvolvida no eixo Interação Ensino Serviço e Comunidade (IESC), buscou-se compreender a percepção sobre a presença do tema dos determinantes sociais de saúde sob a ótica dos estudantes e docentes do curso de medicina dessa instituição. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, com análise documental do Projeto político-pedagógico da escola e dos manuais do IESC, além de análise de conteúdo de entrevistas semiestruturadas, com foco na percepção dos docentes e discentes. Frente a experiências curriculares que buscam o foco no desenvolvimento de responsabilidade social da instituição, bem como com a inserção dos temas dos determinantes sociais de saúde, encontrou-se nos documentos uma necessidade de aprofundamento teórico e uma melhor correlação teórico-prática das atividades. Frente às percepções dos docentes e estudantes, identificou-se como fortalezas o cenário de atenção primária e sua complexidade como ideal para desenvolver-se o conhecimento sobre os DSS. A diversidade de cenários propicia um aprendizado significativo para além dos conteúdos puramente biomédicos, desenvolvendo empatia e visão mais integrada e ampla sobre o papel do médico e a necessidade da interprofissionalidade para a oferta de cuidados de qualidade em saúde. Como aspectos a serem melhorados, foram pontuados a necessidade de melhor correlação teórico-prática ao longo do currículo e de outros eixos, a melhor capacitação docente e o aproveitamento de temas correlacionados como a violência e a desigualdade, vivenciadas nas visitas domiciliares, mas ainda com sistematização e uniformidade necessárias para qualificar o aprendizado e a formação médica. O estudo deixa ainda como sugestão de abordagem futura a inclusão da percepção da comunidade e de outros profissionais de saúde. Esta dissertação espera trazer elementos que colaborem com o desenvolvimento de um currículo de medicina voltado para a maior responsabilidade social. |