Instruir a mocidade e espalhar a luz: imprensa escolar como estratégia de formação dos estudantes no Piauí (1930 – 1948)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vilanova, Francisco Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18108
Resumo: O presente estudo elegeu como questão central de pesquisa a imprensa escolar piauiense, privilegiando jornais e revistas produzidos por escolas e órgãos de representação de estudantes no período compreendido entre 1930 a 1948. O interesse pelo tema deriva de uma espécie de originalidade, já que se trata de problemática ainda pouco explorada na historiografia da educação no Estado, indício, por sua vez, do funcionamento do campo da história da educação, das tradições locais e do pouco investimento e interesse em relação a esse tipo de fonte. O recorte cronológico foi definido considerando as fontes mobilizadas na pesquisa. Assim, o marco inicial corresponde à publicação do jornal A Luz – editado pelos alunos do Liceu Municipal Florianense, na cidade de Floriano – PI, a partir de 1930. Já o marco final foi definido em razão do jornal Renascimento, produzido pelo Centro Estudantal Parnaibano, de Parnaíba, com edições analisadas até 1948. O objetivo da pesquisa incidiu em investigar o processo de composição da imprensa escolar no Piauí focalizando na análise dos seus enunciados como estratégia de formação dos estudantes, no período em questão. A pesquisa foi norteada pelas seguintes indagações: o que levou estudantes e escolas a produzirem jornais e revistas no Estado? Como este material foi organizado? Que agenda foi privilegiada pelos responsáveis pelo periodismo escolar? De que modo este tipo de material ajuda a compor as reflexões a respeito da história da educação local? Como tratar e operar com esse tipo específico de documentação? Do ponto de vista teórico-metodológico, o estudo se encontra amparado nas postulações da História Cultural, cujas abordagens têm contribuído para ampliar os campos e possibilidades de pesquisa, métodos e fontes, em que as publicações seriadas têm se apresentado como um campo vasto para indicar meios de se compreender aspectos de contextos educacionais do passado. A operação de análise dos jornais e revistas escolares produzidos nas cidades de Teresina, Floriano e Parnaíba foi desenvolvida a partir de uma dupla dimensão: como objeto e fontes da pesquisa. O trabalho foi complementado com outras fontes acionadas ao longo da pesquisa, entre as quais: relatórios de interventores, periódicos locais e nacionais, estatísticas, imagens, biografias, livros, artigos, dissertações e teses. Por meio desse corpus documental, analisa-se o contexto sociocultural e educacional do período em estudo, discutindo o processo de desenvolvimento local e a expansão da rede escolar por intermédio da implementação de estruturas físicas, profissional e pedagógicas adequadas ao seu bom funcionamento. Os resultados alcançados indiciam que os periódicos integravam um conjunto de práticas culturais das escolas e a sua produção foi intensificada em decorrência dos debates e propostas educacionais evidenciadas no período e na documentação consultada. Deste modo, a pesquisa demonstra a presença e a participação de estabelecimentos de ensino e organizações estudantis na construção de veículos informativos de diversas atividades associadas à escolarização, política e propagandas. Assim, esta pesquisa deu visibilidade e alternativas para se discutir possibilidades e limites do protagonismo escolar estudantil, um exame dos traços da circulação de projetos distintos e de usos estratégicos específicos destinados a formar a mocidade estudiosa nas escolas e cidades em que circularam.