Da recusa ao filosófico a uma questão imanente: a epistemologização da psicanálise entre filosofia e ciência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Alberto Warmling Candido da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20843
Resumo: Pretende-se, neste trabalho, apresentar uma leitura sobre a relação construída entre filosofia e psicanálise no interior das decisões epistemológicas psicanalíticas, particularmente, em Freud e Lacan. Nessa compreensão, percorre-se um trajeto que associa, inicialmente, Freud a um recuo diante da possibilidade de inclusão do filosófico, por consequência a filosofia, no interior de seus argumentos para a pesquisa e a clínica em psicanálise. Associa-se ao filosófico a pecha da pura especulação e metafísica, e, quando em caráter de sistema, julga-se que a ambição filosófica entra em conflito com limites estabelecidos pela ciência. A posição de Freud se justifica quando pensamos sua caracterização de ciência, que inclui a provisoriedade de conceitos e hipóteses, a asserção da dúvida na investigação científica e a possibilidade de redução material. Por outro lado, em Lacan, consideramos, principalmente no começo de seu ensino, haver uma influência distinta em relação à matéria epistemológica: a epistemologia francesa, o hegelianismo e o estruturalismo. Tais fontes, comparadas às pretensões de Freud para a psicanálise, entram em conflito com a ideia de filosófico como alheio às preocupações epistemológicas. A categoria de drama da psicologia concreta de Politzer, a categoria de sujeito, derivada, entre outas coisas, das questões com a filosofia de Hegel, bem como suas implicações na estrutura da cadeia de significantes, introduzem a filosofia no interior mesmo do debate psicanalítico, passando a influenciar decisões clínicas e teóricas. Portanto, entre os objetivos desta dissertação está a construção de uma hipótese de leitura entre filosofia e psicanálise mediada pelas questões e debates epistemológicos da psicanálise. Objetiva-se avaliar as consequências dos debates entre psicanálise e filosofia a partir de diálogos históricos do movimento psicanalítico.