Consumo de peixe e de ácidos graxos poli-insaturados e fatores associados em adolescentes brasileiros - ERICA
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22765 |
Resumo: | Hábitos alimentares e comportamentos saudáveis adquiridos na infância e na adolescência que se perpetuam na vida adulta podem contribuir para a prevenção primária de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e obesidade. Reconhecido como um componente importante de uma dieta equilibrada, o peixe contém vários constituintes saudáveis, incluindo ácidos graxos poli-insaturados (PUFA), elementos essenciais para o crescimento, o desenvolvimento cognitivo e visual e para a saúde cardiovascular. Considerando a relevância desse tema, o presente estudo teve como objetivo verificar o consumo de peixe e de PUFA e fatores associados em adolescentes brasileiros. Foram elaborados dois manuscritos a partir de dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) e, levando-se em conta o delineamento amostral, foram utilizadas rotinas para amostragem complexa. No total, foram avaliados 71.533 adolescentes, estudantes de escolas públicas e privadas, de cidades brasileiras com mais de 100.000 habitantes. Destes, 37.815 participantes foram incluídos para análise bioquímica e, por meio de um recordatório alimentar de 24 horas, foi analisado o consumo de PUFA de 37.023 adolescentes. No primeiro artigo, descreve-se a prevalência do consumo de peixe e sua associação com fatores de risco cardiovascular e comportamento saudável. A prevalência de consumo de peixe nos 7 dias anteriores à entrevista foi de 28,6% (IC95% 26,9-30,3). Observou-se associação positiva entre o consumo de peixe e comportamento saudável (consumo de café-da-manhã: OR= 1,16; IC95% 1,10-1,22; refeições com familiares: almoço: OR= 1,07; IC95% 1,01-1,13; jantar: OR= 1,13; IC95% 1,04-1,23; atividade física: OR= 1,14; IC95% 1,02-1,28) e associação inversa com hipertrigliceridemia (OR= 0,84; IC95% 0,73-0,98) que permaneceram significativas mesmo após o ajuste. O objetivo principal do segundo artigo foi investigar a associação entre o consumo de PUFA e resistência insulínica. A média da ingestão diária de gordura total foi de 30,1% do total da energia (IC95% 29,9-30,4). A maioria dos participantes atingiu os valores recomendados de ingestão diária de ácido linoleico (LA) e ácido α-linolênico (ALA) e apresentou razão LA/ALA de 5:1 a 10:1 (80,9%, IC95% 79,8-81,8). Não foi observada associação significativa entre variáveis da homeostase da glicose e consumo de LA e ALA, separadamente. O consumo de ALA foi inversamente associado com maior circunferência da cintura (RP= 0,996; IC95% 0,994-0,998), razão LA/ALA ≥ 9:1 foi significativamente associada a níveis mais elevados de índice HOMA-IR (RP= 1,01; IC 95% 1,006-1,02) e razão >10:1 mostrou associação com níveis mais elevados de hemoglobina glicada (RP= 1,14; IC 95% 1,04-1,26) e HOMA-IR (RP= 1,02; IC 95% 1,01-1,03) e, essas associações permaneceram significativas após o ajuste. Este estudo demonstrou que o consumo de peixe revelou ser um indicador de estilo de vida saudável e está associado ao menor risco cardiovascular e que a promoção do consumo de ALA e de uma razão LA/ALA < 9:1 poderiam ser considerados estratégias de saúde para contribuir no manejo dos adolescentes com resistência insulínica. |