Ecofisiologia de sementes de espécies nativas dos campos de altitude do Itatiaia (RJ): uma abordagem baseada nas previsões das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19932 |
Resumo: | Os campos de altitude são encontrados nos topos das montanhas associados à Mata Atlântica e Amazônia. Devido ao seu isolamento e características edafoclimáticas, este ecossistema é um importante centro de diversidade e endemismo. Diante da ausência de estudos ecofisiológicos de sementes em nível de comunidade para este ecossistema, e considerando a vulnerabilidade diante de ações antrópicas e das mudanças climáticas, torna-se relevante o conhecimento sobre as estratégias de germinação sob diferentes abordagens germinativas. Neste trabalho, foram coletadas 68 espécies dos campos de altitude do Itatiaia para avaliar o comportamento de germinação, viabilidade, longevidade, presença/ausência de dormência e condições de estresse abiótico. Assim, diferentes experimentos foram realizados: temperaturas constantes (20°C) e alternadas (15-25, 20-30 e 25-35°C); presença/ausência de luz; efeito do choque térmico (80, 100 e 120°C); efeito do estresse hídrico (0,0; -0,15; -0,3; -0,4; -0,6; -0,8; -1,0MPa) versus temperatura (15, 20, 25, 30 e 35°C); diferentes condições de armazenamento (frio-úmido (10°C, 85%UR), frio-seco (10°C, 10%UR) e freezer-seco (-20°C, 10% UR)); e interações com as características funcionais (massa, taxa de embebição, forma de vida e período de dispersão). A maioria das espécies não apresentou necessidade de alternância de temperatura, mas necessitou de luz para germinar. A dormência foi encontrada na maioria das espécies, e a dormência fisiológica foi a mais frequente. No geral, as sementes apresentaram tamanho pequeno, o qual foi significativamente correlacionado com a necessidade luz para germinar. Fanerófita foi a forma de vida mais frequente, assim como a estação chuvosa entre os períodos de dispersão. A maioria das espécies apresentou comportamento sensível ou tolerante a 80°C, e apenas cinco espécies foram estimuladas pelos tratamentos do choque térmico. As características funcionais mostraram efeitos significativos com as respostas do choque térmico, estresse hídrico versus temperatura. A germinação foi afetada significativamente pelo aumento do potencial hídrico e da temperatura. As condições de armazenamento afetaram as repostas germinativas, que diminuíram com o aumento da temperatura e duração do armazenamento. Armazenamento nas condições secas a 10°C e -20°C foram capazes de manter a viabilidade por 2,5 anos em comparação com o armazenamento úmido. Os níveis de dormência foram afetados pelas condições de armazenamento, além de variarem entre as espécies. Os resultados apresentados indicam que as respostas de germinação são espécie-específicas às condições ambientais, e são importantes na estruturação da comunidade dos campos de altitude. Além disso, os resultados sugerem que a fase de germinação provavelmente será afetada pelas mudanças climáticas. Assim, o clima mais quente e seco previsto, afetará o recrutamento de muitas espécies, resultando em proporções alteradas de germinação e, consequentemente, mudança na composição da comunidade deste ecossistema. À semelhança de vegetação das montanhas no mundo, ações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas sobre a flora dos campos de altitude devem ser tomadas rapidamente, antes que muitas espécies se tornem criticamente ameaçadas. Além disso, essas ações serão importantes para caracterizar o impacto dos padrões das mudanças climáticas e quantificar seus efeitos sobre os organismos. |