Temos ainda muito que lutar: presença, reivindicações e demandas das mulheres trabalhadoras nas páginas da imprensa da cidade do Rio de Janeiro (1889 – 1919)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gomes, Camilla Estevam Dantas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22834
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo central investigar, através das páginas da imprensa de grande circulação da cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 1889 e 1919, a presença, as reivindicações e as demandas por parte das mulheres trabalhadoras. Pretende-se analisar de que maneira homens e mulheres que faziam parte dos mundos do trabalho utilizavam os impressos como meio de divulgação de pautas como a emancipação feminina, a equiparação salarial e a formação intelectual da classe trabalhadora. Dessa maneira, a imprensa se apresenta como fonte privilegiada para o desenvolvimento dessa pesquisa, não somente pelo fato de, naquele momento, os impressos estarem vivendo um momento de profícuo desenvolvimento da então Capital Federal, mas também pelo fato de os jornais se apresentarem como espaços de disseminação de ideias e debates em torno das condições de trabalho de homens e mulheres pertencentes às camadas populares, como espaços de difusão das culturas letradas e associativas. Através dessas análises, vislumbramos evidenciar os debates que estavam sendo propostos ao longo daquelas folhas, compreendendo que a formação intelectual feminina se configura como algo fundamental para o exercício da liberdade e da participação nas organizações associativas. Desse modo, a tese investiga aquilo que significava existir mulher naquela conjuntura, além de explicitar que as mulheres eram tanto parte do universo laboral como também atuavam enquanto representantes ativas nas ações em prol de melhores condições de vida para aqueles que vinham experimentando um novo regime de trabalho livre e assalariado. Em decorrência dessas perspectivas, investigamos a atuação de Albina Quitéria Ribeiro y Gil, Belmira de Campos, Julieta Rodrigues de Almeida e Silva, Maria de Oliveira Pinto Machado, Leonidia Barros, Constança Gutierres dos Santos, Maria do Amparo Esteves e Rosa Joaquina de Jesus, a fim de corroborar nossas assertivas acerca da atuação e presença feminina em diferentes cargos nos quadros associativos, a inserção das mulheres ao longo das páginas dos mundos do trabalho e aquilo que estava sendo pautado por e para elas a partir de discursos morais, intelectuais e políticos veiculados em jornais de diferentes correntes ideológicas. Portanto, a partir das experiências dessas figuras no movimento operário, pretendemos reafirmar o fato de as mulheres serem personagens ativas nas páginas da História, que a partir da presença e das ausências de cada uma delas é possível esmiuçar aquilo que estava em voga na cena associativa da cidade.