Uma dificuldade pelos caminhos da ética da psicanálise: a sexualidade perversa e a perversão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Paixão, Eduardo de Britto Morand
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicanálise
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14675
Resumo: O presente trabalho investiga a sexualidade perversa e a perversão, tema com grande relevância política não só no âmbito da psicanálise, mas em diversas outras áreas do saber. Um dos problemas cruciais da psicanálise e conceito fundamental, ainda se presencia uma grande confusão com esse saber. Nessa dificuldade pelos caminhos da psicanálise, no primeiro capítulo fez-se uma busca histórico-discursiva do que ainda não tinha nome. Passando pelo Iluminismo e um novo estilo discursivo sobre o sexo, mostra-se como cada vez mais ficou inevitável a sexualidade não entrar em questão. O trabalho destacou o surgimento das ciências do sexo em conjunto com outros saberes, procurando mostrar o período em que Freud estava inserido e como desenvolveu sua teoria. Para tal, uma pesquisa do conceito em sua obra se fez necessária, observando suas diferentes posições teóricas ao longo de seus estudos. Desde o começo de seus escritos, a sexualidade perversa e perversão são colocadas como conceito, mas nesse momento Freud ainda estava se desvencilhando das correntes teóricas da época. Conceitos que apareceram logo no início de sua obra, só no final com uma diferenciação mais nítida ganharam seu estatuto definitivo. A fundamentação teórica-clínica de Freud destaca essas dificuldades, e só em 1927, com a verleugnung, que o mecanismo de defesa é conceitualizado e defini-se, junto com a psicose e a neurose, numa estrutura tripartite. Após essa pesquisa conceitual, o trabalho apresenta as dificuldades de transmitir esse saber que não sabe, estranho e extraterritorial. E não só transmitir, mas principalmente aceitar em toda sua estranheza e sustentar a subversão freudiana, pois são conceitos centrais da teoria que se diferenciam de todos os saberes anteriores. Nesses impasses, desembocamos na questão da ética, a metapsicologia de Freud. Por aceitar o furo do ser-para-o-sexo, o trabalho converteu para a arte e a sublimação como formas de saber fazer com a pulsão sexual, elevando o objeto à dignidade da Coisa. Esses impasses são trabalhados e relacionados com a obra de Freud e Lacan, apresentando e ressaltando a necessidade de sustentar a subversão freudiana