Capacidade de diferentes ligantes de TLR em modular in vitro o status funcional de células T CD4<sup>+</sup> de pacientes com doenças do espectro da neuromielite óptica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dias, Aleida Soraia Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14384
Resumo: As doenças do espectro da neuromielite óptica (NMOSD) são condições autoimunes do sistema nervoso central raras e sem cura, com desfecho mais desfavorável que a esclerose múltipla. Apesar de ser considerada uma doença mediada por autoanticorpos, diferentes estudos sugerem a participação de subtipos de células T CD4<sup>+</sup> e sua gravidade tem sido associada à influência de fatores genéticos e ambientais, tal como as infecções. Como um estudo recente publicado pelo nosso grupo demonstrou elevada expansão de células do tipo Th17 positivas para TLR2, TLR4 e TLR9 no sangue periférico dos pacientes com NMOSD, o objetivo do atual estudo foi avaliar a capacidade de diferentes PAMPs em modular in vitro o status funcional das células T CD4<sup>+</sup> desses pacientes e sua correlação com parâmetros clínicos. Para tal, amostras de sangue periférico foram colhidos de 15 pacientes com NMOSD, em remissão clínica, e as células T CD4<sup>+</sup> purificadas através da seleção negativa usando colunas magnéticas. A análise das citocinas e do sCD14 no plasma foi feita através da técnica ELISA. As células T CD4<sup>+</sup> foram mantidas na presença apenas de meio ou dos agonistas de TLR 2 (Pam3C), TLR4 (LPS), TLR5 (FLA) e TLR9 (ODN). A sua capacidade em modular a ativação desses linfócitos via TCR foi avaliada através da adição de anti-CD3/anti-CD28. Após 3 dias, a resposta proliferativa e a produção de citocinas foram determinadas através da captura de [3H]TdR e ELISA, respectivamente. Nossos resultados demonstraram que a proliferação assim como a produção de IL-6, IL17 e IL-21 foram superiores nos sobrenadantes das culturas de células T CD4<sup>+</sup> dos pacientes em resposta ao estímulo com LPS, Pam3C e FLA quando comparado ao grupo controle. Ademais, todos esses PAMPs amplificaram a ativação desses linfócitos via TCR. Uma correlação positiva foi observada entre o grau de incapacidade neurológica dos pacientes e a secreção de citocinas relacionadas ao perfil Th17 nas culturas mantidas na presença de Pam3C e LPS. Em comparação ao grupo controle, as concentrações plasmáticas de sCD14 foram maiores nos pacientes, e seus níveis foram diretamente correlacionados às citocinas IL-6 e IL-1β, dosados in vivo, e aos níveis de IL-6, IL-17 e IL-21 produzidos pelas células T CD4<sup>+</sup> em resposta ao LPS. A mesma correlação foi observada entre sCD14 e a IL-6 e IL-17 liberados pelas células T CD4<sup>+</sup> dos pacientes em resposta ao Pam3C. Apesar dos níveis de sCD14 não terem sido associados aos parâmetros clínicos, a produção de IL-6, IL-17 e IL-21 pelas células T CD4<sup>+</sup> em resposta ao Pam3C e LPS, assim como, IL-17 e IL-21 seguindo à adição de FLA, foram positivamente correlacionados ao grau de incapacidade neurológica. O risco de novas recaídas foi principalmente detectado nos pacientes cujas culturas de células T CD4<sup>+</sup> responderam ao LPS liberando elevados níveis de IL-6 e IL-17. Em resumo, os nossos resultados sugerem que a presença de ligantes de TLR, principalmente, de TLR2 e TLR4 possa exercer efeitos adversos no curso da NMOSD. Apesar de preliminares, esses achados ajudam a explicar como infecções e disbiose são consideradas fatores de risco para gravidade da NMOSD.