Estimativa da necessidade de radioterapia externa no Brasil baseada em critérios epidemiológicos
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18614 |
Resumo: | Esta tese teve como objetivo estimar a necessidade de radioterapia no Brasil a partir de dados epidemiológicos locais. O estudo foi desenvolvido em duas etapas que consistiram na estimativa de casos incidentes e, posteriormente, na classificação dos casos registrados nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) para integrar as árvores de decisão para o emprego do tratamento radioterápico conforme evidências e diretrizes clínicas de tratamento. As estimativas de casos incidentes em 2018 foram calculadas a partir de dados de Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) selecionados de acordo com critérios internacionais de qualidade e de dados corrigidos para causas mal definidas e não específicas na causa básica dos óbitos registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no período de 2007 a 2016. Foram calculadas razões de incidência/mortalidade (I/M) anuais para cada topografia, estratificadas por sexo e faixa etária nos RCBP selecionados. As razões I/M para 2018 foram estimadas para as regiões brasileiras a partir de modelos multiníveis de Poisson a partir de uma abordagem longitudinal com efeito aleatório no RCBP. As razões estimadas foram aplicadas ao número de óbitos ocorridos em 2018 por tipo de câncer, também corrigido para causas mal definidas e não específicas na causa básica, registrados no SIM. As distribuições dos dados por estadiamento obtidas a partir do RHC foram combinadas às frequências relativas por tipo de câncer incidente e aos dados das árvores de decisão do projeto Collaboration for Cancer Outcomes Research and Evaluation (CCORE) para uso da radioterapia. As estimativas de necessidade foram calculadas por tipo de câncer e para o conjunto das neoplasias, exceto pele não melanoma. Foram realizadas análises de sensibilidade para avaliar a relevância dos dados locais na estimativa de necessidade. O número necessário de equipamentos de radioterapia para atender os casos que se beneficiariam do tratamento em algum momento no curso da doença foi calculado e a análise da cobertura da oferta foi realizada. Para o Brasil, em 2018, foram estimados 506.462 casos novos de câncer, exceto pele não melanoma. Diferenças regionais nas razões I/M e no padrão de casos incidentes foram identificadas, podendo estar relacionadas a fatores socioeconômicos. Foi estimado que 53,55% dos casos novos no Brasil teriam necessidade de tratamento radioterápico. A maior necessidade de radioterapia foi identificada para o Norte: 55,32%, com um peso expressivo do câncer do colo do útero, tanto pela incidência como pelo número de casos em estágios avançados, para os quais a radioterapia é considerada tratamento de escolha. Para atender aos casos com necessidade de radioterapia no Brasil, foram estimados 497 equipamentos de radioterapia externa, sendo o déficit estimado em 114 para 2018 no país. Os maiores déficits foram observados para o Norte e para a rede assistencial do SUS. Em conclusão, o emprego de parâmetros internacionais não se mostrou adequado para a realidade brasileira. O planejamento de recursos para a assistência oncológica no Brasil demanda estimativas confiáveis baseadas nas necessidades locais para que as inequidades não sejam ainda mais agravadas. |