“Hoje, a vida é imunda, a ciência cega e a eloquência muda”: éthos, lógos e páthos nos sermões de Antônio de Lisboa/Pádua

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Olenchuk, Émili Feitosa de Freitas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17105
Resumo: O objetivo principal deste trabalho consiste no exame da retórica religiosa medieval com o fito de depreender o perfil do pregador ideal presente nos sermões antonianos. Fernando Martins, nome de batismo de santo Antônio de Lisboa/Pádua, viveu entre 1191 e 1231, período geralmente designado como como Baixa Idade Média (séculos XIII e XIV), estudou nos centros de ensino mais proeminentes de Portugal em sua época, Mosteiro de São Vicente e Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, o que lhe possibilitou assimilar vasto conhecimento que seria usado posteriormente na pregação e no combate aos hereges, sobretudo os cátaros. Em uma época de efervescência religiosa, quando os fiéis exigiam maior participação na vida eclesiástica, os movimentos mendicantes puseram-se como um dos sustentáculos de Roma: os dominicanos com os estudos e com a pregação, e os franciscanos com a pregação por meio sobretudo da vida exemplar. É também nesse período que melhor se desenvolveu uma arte de pregar, estímulo proveniente da efervescência social, econômica, política, religiosa e cultural do período. Santo Antônio valeu-se de todo o conhecimento adquirido nos mosteiros pelos quais passou e da ars praedicandi do período, mostrando-se bastante familiarizado com as questões de seu tempo. Criticou severamente sacerdotes iníquos e se pôs como eco estrondoso dos cânones do IV Concílio de Latrão, sendo, por isso, considerado O Martelo da Igreja. Em seus sermões, é possível verificar a presença de vários elementos persuasivos que possuem como objetivo alcançar a benevolência do ouvinte e, assim, atingir o propósito máximo, no dizer de santo Agostinho: instruir para convencer e comover. Para alcançar tal propósito, construiu um éthos virtuoso, baseou-se em conhecimentos filosóficos e teológicos sólidos e utilizou amplamente métodos psicológicos de penetração no leitor, demonstrando ser profundo conhecedor da Retórica