Comparação entre o interferon-gamma release assay e o teste cutâneo tuberculínico para rastreio de tuberculose latente antes e durante a terapia anti-TNFɑ em pacientes com doença inflamatória intestinal no Rio de Janeiro, Brasil
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8638 |
Resumo: | Alguns pacientes portadores de doença inflamatória intestinal (DII) necessitam de tratamento com medicamentos anti-TNFɑ para melhor controle e manutenção da doença. A terapia biológica anti-TNFɑ aumenta o risco de reativação da tuberculose (TB) e por isso todos os pacientes que farão uso desta medicação devem fazer rastreio para tuberculose latente (ILTB). Hoje no Brasil, os métodos aprovados para este fim, são a radiografia de tórax e o derivado proteico purificado (PT), entretanto devido ao uso prévio de medicamentos imunossupressores e à desnutrição, alguns pacientes apresentam resultados falsos negativos com posterior manifestação clínica da TB. Outro método disponível, o ensaio de produção do interferon gamma (IGRA) mede o interferon gama no sangue periférico dos pacientes, ex vivo , quando este é exposto aos antígenos específicos da micobactéria da TB. Os objetivos deste estudo foram: (i) avaliar a concordância entre PT e IGRA no rastreio da ILTB nos pacientes virgens de anti-TNFɑ; (ii) avaliar a necessidade de repetir os testes de rastreio nos pacientes já em uso de anti-TNFɑ; (iii) avaliar se os testes de rastreio sofrem a influência da imunossupressão. O PT foi realizado por uma enfermeira certificada para realização do método e o IGRA foi realizado na disciplina de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ. Como resultados, 174 pacientes participaram do estudo sendo 89 portadores de doença de Crohn (DC), 21 portadores de retocolite ulcerativa idiopática (RCUi) e 64 controles. A concordância entre o PT e o IGRA foi baixa em relação ao diagnóstico (kappa: controle = 0,318; UC = 0,202; e CD = -0,093), terapia anti-TNFɑ (kappa: sem anti-TNFɑ: -0,1123; com anti-TNFɑ: 0,150) e uso de imunossupressor (IS) (kappa: sem IS: 0,146; com IS: -0,088). Considerando o IGRA como padrão ouro, o PT mostrou uma sensibilidade geral muito baixa de19,05% e VPP de 21,05%. No entanto, um notável aumento na detecção de ILTB ocorreu quando o IGRA foi adicionado ao PT (sensibilidade de 80,95% e VPP de 53,13%). Pacientes com DC apresentaram menor sensibilidade e VPP (0,0% e 0,0%). Entre esses pacientes, quando o IGRA foi analisado como um teste sequencial adicional ao PT, os resultados notavelmente melhoraram (sensibilidade de 66,67% e VPP de 61,54%). Conclui-se que o IGRA foi mais eficaz para detectar ILTB do que o PT e teve um valor agregado de 60% como um teste sequencial adicional, principalmente nos pacientes com DC. Embora o custo-efetividade dessa estratégia ainda deva ser avaliada, o IGRA parece ser justificado na DC antes e durante a terapia anti-TNFɑ, em áreas endêmicas para o Micobacterium tuberculosis (Mtb), onde o BCG é universalmente aplicado à população. |