Estudo da variabilidade da frequência cardíaca e medidas hemodinâmicas em crianças e adolescentes com sintomas do trato urinário inferior
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18327 |
Resumo: | A disfunção do trato urinário inferior (DTUI) é um termo amplo que descreve todo o espectro de alterações funcionais em qualquer uma das fases da micção (enchimento ou esvaziamento). Esse termo engloba diferentes sintomas e condições como incontinência urinária, enurese e bexiga hiperativa. O sistema nervoso autônomo (SNA) controla a atividade do trato urinário inferior e gastrointestinal, qualquer disfunção pode causar alterações no controle esfincteriano e problemas de motilidade dessa região bem como hipertonicidade do assoalho pélvico durante a micção e evacuação. Entretanto, os estudos com avaliação do SNA em crianças com DTUI são escassos, com resultados controversos e não incluem avaliação das medidas hemodinâmicos. O objetivo desse trabalho é analisar e comparar o comportamento da variabilidade da frequência cardíaca e medidas hemodinâmicas em crianças e adolescentes com sintomas do trato urinário inferior (STUI) e controles. O grupo de casos foi composto de 32 indivíduos com STUI (22 meninas) e o de controles de 29 indivíduos sem STUI (14 meninas), p=0,10. Utilizamos anamnese, índice de massa corporal (IMC) e Disfunctional Voiding Scoring System (DVSS), para caracterizar STUI; critérios de Roma IV para constipação e os questionários SDQ (avaliação de comportamento), SDSC (avaliação de comportamentos anormais do sono) e questionário sobre atividade física para avaliar as covariáveis que podem interferir na atividade do SNA. Os casos realizaram ultrassonografia, urofluxometria com eletromiografia de assoalho pélvico e abdominal (caracterização da disfunção). As medidas foram feitas em repouso, sob respiração profunda e em ortostatismo com o aparelho Finometer. Na comparação das variáveis, em estudo utilizamos o teste de Mann-Whitney, teste de qui-quadrado ou exato de Fisher. Realizamos a análise do grupo de STUI e os subgrupos de enurese e bexiga hiperativa (BH) comparados entre si e aos controles. Sob respiração profunda, encontramos menor intervalo RR nos casos com STUI comparados aos controles 756ms vs. 825ms (p= 0,049) e maior frequência cardíaca (FC) 80,6bpm vs. 73,9bpm (p=0,041); O mesmo resultado nos casos com BH em repouso 740ms vs. 796ms (p=0,014); e sob respiração profunda 760ms vs. 825ms (p=0,037); e consequentemente maior FC em repouso 82,2bpm vs. 76,4bpm, (p= 0,021) e em respiração profunda 80,3bpm vs. 73,9bpm ( p=0,032). Nesse grupo também o total power (TP) foi menor 5880 ms2 vs. 9443 ms2 (p=0,054), sob respiração profunda. No subgrupo de enuréticos o intervalo RR foi menor na respiração profunda 719ms vs. 825ms (p=0,036) com aumento da FC 84,6bpm vs. 73,4bpm (p=0,046). Nesse grupo também o SDNN foi menor na situação de respiração profunda 73,4ms vs. 103,4ms (p=0,009). Nas medidas hemodinâmicas, em repouso, o VS foi menor nos casos com STUI 39,3ml vs. 50,8ml (p=0,030); e o DC 2,66 ml/s vs. 3,93ml/s (p=0,036). Encontramos hipoatividade do braço parassimpático e maior prontidão da resposta do braço simpático no grupo de casos, especialmente no subgrupo de enurese e BH. Os resultados demonstram que há diferenças na VFC e nas medidas autonômicas nas crianças e adolescentes com STUI especialmente na enurese e na BH. |