Avaliação de diferentes subtipos de linfócitos T produtores de IL-17 e de células T reguladoras em pacientes cronicamente infectados pelo vírus da hepatite C

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cachem, Fabio Christiane de Oliveira Felix
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14344
Resumo: A hepatite C crônica (HCC) é frequentemente associada à fibrose hepática, o que pode levar a cirrose e ao carcinoma hepatocelular. Muitos estudos têm sugerido que a atividade imunológica em resposta aos antígenos do HCV está fortemente relacionada à fibrose hepática. O papel de diferentes células T CD4+ (Th17) e CD8+ (Tc17) secretoras da IL-17 na HCC não está completamente esclarecido. Em nosso estudo, níveis plasmáticos elevados de IL-1β, IL-6 e IL-17 foram positivamente correlacionados com a fibrose e também com as taxas de alanina transaminase (ALT) nos pacientes com HCC. Além disso, essas citocinas, secretadas por culturas de células mononucleares do sangue periférico (PBMC) em resposta ao antígeno core viral, também foram correlacionadas à lesão hepática avançada. Enquanto a percentagem de células Th17/Tc17 produtoras de IL-17 em associação com o IFN-γ ou com IL-21 foi maior nos pacientes com menor dano hepático, acúmulo desses linfócitos capazes de produzir apenas IL-17 foi correlacionada à fibrose do fígado. De forma interessante, a proteína core favoreceu a expansão de subtipos de células Th17/Tc17 relacionadas ao avanço da doença, identificadas pela produção apenas de IL-17 ou IL-17 em associação com IL-6. Ademais, apesar do percentual das células Tregs (CD4+FoxP3+CD25+) ter sido maior nos pacientes HCC mais avançada, as proporções tanto dos subtipos TregsCD39+ou Treg17 (IL-17+IL-10+) foram significativamente inferiores nesses indivíduos. A adição da proteína core do HCV às culturas de PBMC elevou a percentagem das células Tregs CD39-. Ademais, uma maior percentagem de células T exauridas (PD-1+CD28+) e senescentes (CD28- CD57+) não apenas foram maiores nos pacientes com fibrose hepática acentuada, como também a proporção desses linfócitos foram elevados após adição do antígeno core. Finalmente, acreditamos que a presença de um estado inflamatório persistente e pró-fibrótico é facilitado pela maior translocação bacteriana, desde que, nos presentes estudos, os níveis plasmáticos de sCD14 não apenas foram maiores nos pacientes com pior prognóstico, como também suas concentrações foram diretamente correlacionadas aos níveis sistêmicos de IL-1β, IL-6 e IL-17, assim como ao percentual de células Th17/Tc17 negativas para IL-21 e IFN-γ. Em resumo, apesar de preliminares, nossos resultados sugerem que a expansão de diferentes subtipos de células Th17/Tc17 e de Tregs pode influenciar a evolução da doença hepática nos pacientes com HCC, e revela que o antígeno core pode exercer efeitos adversos por amplificar o desequilíbrio entre esses diferentes subtipos de células T. Ademais, eventos inflamatórios que favorecem a expansão de subtipos de células Th17/Tc17 implicados na fibrose hepática podem ser favorecidos pela maior translocação microbiana intestinal.