Sozinho no meu mundo? : uma abordagem fenomenológica de duas autobiografias de autistas.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/3994 |
Resumo: | O presente trabalho visa trazer uma redescrição sobre o que seria o estado de isolamento , característico de sujeitos diagnosticados com autismo. Ele busca as causas inter-relacionadas e implicações que levam os autistas a estarem afastados da presença de outros sujeitos do convívio ou, como exploraremos aqui por um conceito próprio, da coexistência . As ferramentas e o método desse trabalho foram encontrados na Fenomenologia, para a partir dela então ser possível garantir compreensões sobre esse estado e seus fenômenos associados que incluam o relato dos próprios sujeitos investigados. Em um primeiro momento, com o filósofo Merleau-Ponty, o trabalho apresentará o que é a subjetividade, a objetividade e a experiência de estar no mundo, conceitos primários nessa empreitada. Em um segundo momento, a partir dos trechos autobiográficos selecionados, o método fenomenológico aparecerá para investigar o estado de isolamento. Duas autobiografias foram escolhidas: Beyond the silence, de Tito Mukhopadhyay, e Fall down 7 times get up 8, de Naoki Higashida. A análise autobiográfica começa colocando às claras os elementos presentes no campo perceptivo do autista quando este aparentemente isolou-se de uma existência comum, para a partir destes dados construir uma compreensão fenomenológica. Ao longo do percurso investigativo foi notado que a ausência de coexistência não é absoluta, pois de alguma forma os autistas reconhecem que há um mundo intersubjetivo que envolve os sujeitos e que os requisita a todo momento. Eles percebem o isolamento. Contudo, a demanda social pela vivência comum levo-os a buscar recursos que, ou facilitarão a coexistência, ou pelo menos aplacarão a angústia que a presença do outro pode despertar pelo potencial que ela carrega de trazer recordações ruins. Os recursos desenvolvidos por eles podem ser comportamentos repetitivos, extensa racionalização das vivências, evitação de novos ambientes e novas pessoas. A pesquisa conclui que o estado de isolamento é um recurso profilático decorrente dos sintomas do autismo, não uma manifestação psicopatológica especial dos autistas. |