Qual a influência do ambiente urbano nas plantas medicinais?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bezerra, Laís de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Vegetal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18406
Resumo: Plantas medicinais são amplamente utilizadas pela população para o tratamento de diversas enfermidades. A suscetibilidade das plantas à condições específicas do ambiente é variável, levantando muitas questões sobre o comportamento das plantas medicinais quando cultivadas em meio urbano. A maioria das pessoas no ambiente urbano obtém plantas medicinais por meio do próprio cultivo. Assim, este trabalho visou detectar possíveis alterações induzidas pela exposição ao meio urbano, em plantas medicinais, cultivadas em dois sítios na cidade do Rio de Janeiro, o sítio florestal, localizado próximo à maior floresta urbana do planeta e o sítio urbano, situado no centro metropolitano, à margem da avenida mais movimentada do município. Três espécies de amplo uso na medicina popular, Eugenia uniflora L., Lippia alba(Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson e Plectranthus barbatus Andr., tiveram suas folhas investigadas. Este estudo apresenta análises integradas das condições ambientais, fisiologia, anatomia e fitoquímica, além de experimentos de citotoxidade. Os resultados obtidos com as análises dos solos mostraram um perfil químico similar, no qual as concentrações de Cálcio (Ca), Enxofre (S) e Chumbo (Pb) foram maiores no sítio urbano. Dentre os elementos químicos analisados nos espécimes de E.uniflora, destaca-se o Pb, pois foi detectado nas folhas do sítio urbano na concentração limite permitida pela OMS. As folhas de E. uniflora do sítio urbano revelaram necrose e manchas avermelhadas, maior densidade estomática, estômatos menores e maior número de cristais e glândulas secretoras, além de evidente armazenamento de amido, lipídios e mucilagem. Apesar de não ser expressiva a diferença química entre os extratos produzidos a partir das folhas de E. uniflora, cultivadas nos dois sítios de estudo, foram observadas diferenças significativas quanto à viabilidade das células VERO submetidas aos seus extratos. Com relação à estrutura externa de L. alba e P. barbatus, os resultados revelaram diferenças com relação à densidade de estômatos, tricomas tectores e tricomas glandulares. Com relação à histologia, os parâmetros aferidos referentes à lâmina foliar de P. barbatus mostrou que a dimensão do parênquima paliçádico aumentou estatisticamente no sítio urbano. Já nas folhas de L. alba do sítio urbano os tecidos parenquimáticos clorofilados se mostraram menos desenvolvidos e compactados. As alterações analisadas, como o aumento da frequência e diminuição do tamanho dos estômatos e a maior frequência de glândulas secretoras, cristais, tricomas tectores e tricomas glandulares podem ter contribuído para a aclimatação dessas espécies àcondição urbana, sendo características com possíveis usos para biomonitoramento urbano. Os resultados destacam variações nas propriedades morfoanatômicas foliares e nas características químicas e citotóxicas de preparos realizados a partir de plantas medicinais desenvolvidas em ambiente urbano, o que nos permite concluir que os fatores ambientais desse local são suficientes para promover variações nas características estruturais e metabólicas dos organismos.