Estudo da patogênese de Aeromonas spp. utilizando Caenorhabditis elegans como modelo de interação in vivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ferreira, Andréa Fonseca
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14445
Resumo: Algumas espécies de Aeromonas são consideradas patógenas para o homem e animais. A presença de Aeromonas spp. em alimentos faz com que estes sejam importantes veículos de infecções em humanos. A patologia causada por Aeromonas spp. é complexa e envolve inúmeros fatores de virulência, sobretudo a capacidade de aderência e invasão. Diversos estudos de interação in vitro têm utilizado linhagens celulares como modelo para detecção destes fatores. No entanto, não há um modelo animal bem estabelecido no estudo da patogênese de Aeromonas spp. O nematódeo Caenorhabditis elegans vem sendo utilizado como modelo de estudo da patogênese de diversos microrganismos por mimetizar esse processo em mamíferos e devido ao seu fácil cultivo em laboratório. O objetivo do presente estudo foi analisar a patogenicidade de cepas de Aeromonas spp. utilizando o nematódeo Caenorhabdtis elegans como modelo de infecção. Os protocolos de sincronização, ensaios de infecção e de colonização foram padronizados para avaliação da virulência de Aeromonas spp. em C. elegans. Os nematódeos sincronizados em estágio larval L4 foram expostos a cepas de A. caviae e A. hydrophila isoladas de peixe e foram deixados em interação por até 10 dias a 20°C, com contagem diária de animais vivos e mortos. Nos ensaios com duas cepas de A. hydrophila citotóxicas não foi possível determinar o nível de sobrevivência dos nematódeos, uma vez que muitos animais desapareceram; as demais cepas reduziram significativamente a sobrevivência dos nematódeos infectados, com LT50 variando de 2 a 9 dias de interação. O processo que levou à redução da sobrevivência dos nematódeos infectados com Aeromonas parece ser o mecanismo slow killing , resultado da observação do intenso acúmulo bacteriano no intestino do animal. A morfologia corporal dos nematódeos infectados se apresentou alterada, assim como o desenvolvimento reprodutivo e o comportamento, resultando em uma modificação visual sintomática da infecção. As cepas que albergavam genes de síntese das flagelinas polar e lateral flaA e lafA se apresentaram como as mais virulentas. Através de microscopia de fluorescência, foi observada a intensa colonização e obstrução do tubo digestivo dos animais expostos por 48 horas a uma cepa de A. caviae. Este estudo é pioneiro no emprego do nematódeo Caenorhabdtis elegans como modelo de infecção para a pesquisa in vivo da virulência de cepas da espécie Aeromonas caviae, podendo ser utilizado como mais uma ferramenta biológica na identificação de cepas potencialmente patogênicas ao homem e animais.