Klebsiella pneumoniae multirresistentes: endemicidade, disseminação, potencial de virulência e diversidade molecular de cepas de origem ambiental e de unidade hospitalar da região metropolitana do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18723 |
Resumo: | Klebsiella pneumoniae tem sido descrita com um dos principais patógenos relacionados com infecções hospitalares e comunitárias devido à crescente mortalidade. A presença de genes de resistência associados a mecanismos de virulência, incluindo a capacidade de formação de biofilme, dificultam o tratamento de infecções. O objetivo do presente estudo foi analisar o perfil de resistência a agentes antimicrobianos, tipificação molecular e os mecanismos de virulência de amostras de K. pneumoniae isoladas de infecções nosocomiais e de águas fluviais. As cepas hospitalares foram obtidas através do LABAC enquanto as cepas de ambientes fluviais foram coletadas em quatro pontos distintos dos rios Joana e Maracanã. Os perfis de multirresistencia foram determinados por técnica de disco-difusão e submetidas à técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) para detecção de genes que codificam resistência: beta-lactamase de espectro estendido (blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e blaTOHO); enzimas modificadoras de aminoglicosídeos [aacc2, aacc3 e aacc(6)-Ib-cr]; genes plasmidiais mediando resistência a fluorquinolonas (qnrA, qnrB, qnrD, qnrS e qepA); carbapenemases (blaKpC, blaIMP, blaVIMe blaOXA) e virulência: K1, K2, fimH, mrkD e KfuBc. Adicionalmente, cepas MDR de K. pneumoniae foram submetidas a ensaios de formação de biofilme em superfíceis abióticas diversas, ensaios de mortalidade utilizando o nematódeo Caenohabiditis elegans como modelo expermental, pesquisa da capacidade de aderência, viabilidade intracelular e persistência utilizando célula endotelial humana CACO-2, além da tipificação molecular por técnica de eletroforese em gel de campo pulsado (PFGE). No total, 45 cepas MDR de K. pneumoniae foram analisadas no presente estudo. Foram observadas a presença de genes de resistência em todas as cepas analisadas, exceto três cepas ambientais. Nenhuma das cepas hospitalares apresentou gene de resistência para carbapenemase e 11 cepas ambientais apresentaram genes de resistência de diferentes classes de agentes antimicrobianos concomitantemente. A análise do perfil de virulência demonstrou que todas as cepas MDR de K. pneumoniae isoladas no ambiente hospitalar e 21 cepas do ambiente fluvial apresentaram o gene fimH. Todas as cepas estudadas apresentaram capacidade de formação de biofilme em diferentes níveis e intensidades. Análises realizadas através do PFGE demonstrou a presença de nove perfils clonais distintos, onde, um dos perfis albergou cepas do ambiente hospitalar e fluvial. A interação bacteriana demonstrou uma heterogeneidade, entretanto nenhuma das cepas foi capaz de matar os nematódeos Caenorhabditis elegans após os cinco dias de infecção. Todas as cepas analizadas foram capazes de aderir à superfície da célula CACO-2 em diferentes níveis, independente da concentração bacteriana e do tempo de incubação. Os resultados dos ensaios de viabilidade e persistência intracelular vários de acordo com o tempo de execução e as concentrações bacterianas utilizadas. Foi possível concluir que cepas de K. pneumoniae são heterogêneas e apresentam alta capacidade de adaptação. Além disso, quando associadas a diferentes mecanismos de resistência e virulência, apresentam dificuldade no tratamento de infecções, se tornando cada vez mais necessário a busca de novas opções terapêuticas. |