O conceito de representação em Freud entre 1891 e 1900 e a conceituação do aparelho psíquico
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19298 |
Resumo: | O conceito de representação (Vorstellung) pode ser encontrado desde os primórdios da teorização freudiana. Sua primeira menção na obra de Sigmund Freud data de 1891 e Freud trata deste conceito, de diferentes formas, na teorização do fenômeno histérico e na formulação dos conceitos de inconsciente, pulsão e recalque. A partir da clínica da histeria, Freud atribui a uma representação psíquica ausente da consciência a causa do sintoma histérico. Objetivou-se investigar como o conceito de representação aparece na teorização freudiana de diferentes maneiras e referente a diferentes problemáticas entre os anos de 1891 e 1900, sua articulação com a conceituação do aparelho psíquico, bem como a relevância de tal articulação para a gênese da psicanálise. Para tanto realizou-se uma revisão crítica da literatura. Foram selecionadas quatro grandes obras elaboradas por Freud entre 1891 e 1900, a saber, Sobre a concepção das afasias (1891), Estudos sobre a histeria (1893-1895), obra escrita em conjunto com o neurologista alemão Josef Breuer, o rascunho intitulado Projeto para uma psicologia científica (1895) e A interpretação dos sonhos (1900). Em 1891 o conceito de representação aparece referido à problemática da afasia, um distúrbio de linguagem de etiologia neurológica. Freud distingue representação de palavra e representação de objeto e as articula à conceituação do aparelho de linguagem. Em 1895, aparece por meio do postulado de que uma representação é capaz de operar efeitos - o sintoma histérico – desde sua ausência na consciência. No Projeto, Freud se remete à representação na conceituação do aparelho neuronal postulando-a como inconsciente e apontando a associação entre as representações como fundadora da memória e do psiquismo. Na Carta 52 (1896) Freud propõe um aparelho de memória que é fundado através da inscrição e da transcrição dos traços mnêmicos das representações. Em 1900, Freud funda a psicanálise postulando o inconsciente como uma instância psíquica e conceituando o aparelho psíquico conhecido com a primeira tópica freudiana, visto que este aparelho é constituído por três lugares ou instâncias psíquicas, com a primazia do sistema inconsciente (das Unbewusste) sobre os demais. A inscrição do traço mnêmico da representação funda o psiquismo inconsciente e o conceito de representação reaparece a propósito da interpretação dos sonhos. As representações inconscientes dão origem às representações oníricas ao passar por processos de modificação segundo as leis vigentes no aparelho psíquico. A partir da formalização do aparelho psíquico de 1900 os demais, retroativamente, podem ser considerados como seus precursores. Embora não haja continuidade entre os aparelhos anteriores a 1900 e o aparelho psíquico propriamente dito, fundado a partir da conceituação do inconsciente como sendo a instância que rege o psiquismo. O conceito de representação é tratado nessas três obras e, embora haja semelhanças entre o aparelho psíquico e os aparelhos de linguagem, neuronal e de memória, a cada retomada este conceito estava referido a problemáticas distintas e a novos achados clínicos, o que exigiu sua rearticulação no interior da teorização freudiana. |