Humilhação e políticas de reconhecimento: Brasil e China em busca de status no sistema internacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Conde, Leandro Carlos Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17543
Resumo: Esta pesquisa integra a agenda de debates sobre a humilhação nas relações internacionais, identificada como fator estruturador e organizador do sistema internacional. No bojo dos trabalhos de Bertrand Badie e Axel Honneth, partimos da hipótese de que a humilhação é uma variável sistêmica na análise das relações internacionais, e de que as potências emergentes concebem e implementam políticas de reconhecimento frente à humilhação percebida. As práticas da humilhação nas relações internacionais se manifestam no rebaixamento do status de um Estado, em sua condição de tutelado pelas superpotências e pelos Estados centrais, em sua posição à parte dos espaços de decisões e na estigmatização de suas lideranças, de suas opções políticas de modelos desenvolvimento e de inserção internacional. Desta forma, buscamos analisar a importância da política de reconhecimento no sistema internacional contemporâneo, discussão ainda pouco desenvolvida no campo da Ciência Política e das Relações Internacionais. Esse tipo de política reveste-se, em cada Estado, de particularidades, mas de forma geral gira em torno da busca por reconhecimento dos países como membros plenos e de igual status no sistema, e na redistribuição de poder, riqueza e privilégio na economia global, nas instituições internacionais, nos fóruns multilaterais e nas instituições financeiras. Metodologicamente, pretendemos analisar, em perspectiva comparada, as políticas de reconhecimento concebidas e implementadas por Brasil e China a fim de compreender as interfaces existentes entre elas e suas respectivas agendas de política externa. Em nossa pesquisa, tomamos como variável dependente o perfil das políticas externas de reconhecimento de status, aqui selecionadas de Brasil e China. E como variável independente a forma como as práticas de humilhação nas Relações Internacionais levam a políticas de reconhecimento de status. Essa variável encontra-se articulada com duas dimensões: doméstica e sistêmica. Concluímos, portanto, que Brasil e China sofreram humilhações de forma diferente e administram esta experiência cada um de acordo com a percepção e a reconstrução dos eventos ao longo da história Acreditamos que a emergência dos países em desenvolvimento não deve ser entendida somente pelas lentes do crescimento econômico ou do poderio militar, mas igualmente por meio de lentes mais abrangentes, que também levem em conta a dimensão política do status, da humilhação e do reconhecimento nas relações internacionais.