A cultura política e a construção do conceito de igualdade no Estado Novo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Chiara Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19426
Resumo: O objetivo da tese é analisar a construção do conceito de igualdade no Brasil durante o Estado Novo. No pensamento político ocidental, da antiguidade ao século XIX, encontramos inúmeras formas distintas de apreender o significado do conceito de igualdade. No Brasil, em meio ao processo de modernização dos anos 20-40, ficou evidente a polissemia do conceito quando autores dos mais variados espectros políticos reivindicaram diferentes modos de concebê-lo. A rejeição ao pensamento político identificado como liberal, característica do período, motiva a recusa da representação política mediada pelo sufrágio universal que instituía a igualdade política entre os cidadãos. No período do Estado Novo, o governo empreendeu um enorme esforço para a difusão da sua ideologia através da imprensa e da propaganda. No coração deste sistema encontrava-se o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), responsável pela edição da revista Cultura Política. A publicação foi editada com a colaboração de personalidades, que estavam entre os grandes nomes da intelectualidade brasileira à época, e muitos membros da burocracia estatal. A Cultura Política cumpriu uma função central na máquina ideológica do regime e, por isso, o exame dos seus artigos fornece pistas importantes para a compreensão de uma visão particular a respeito da igualdade. Esta análise parte da hipótese de que a incorporação da igualdade política liberal era incompatível com os princípios do novo regime e, por isso, foi necessário dar um novo significado ao conceito de modo a revestir um governo de natureza autoritária com uma roupagem democrática. A investigação a respeito da igualdade busca ampliar a compreensão sobre uma parte da trajetória deste conceito político no Brasil, além de somar-se a outros trabalhos inscritos nos campos da ciência política, sociologia e história que procuraram explicitar o modo como os ideólogos do Estado Novo reinterpretaram conceitos a fim de legitimar o seu projeto político para o país.