A força da memória: lembranças de situações de ferimento, tensão e morte
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17267 |
Resumo: | Neste trabalho analiso a continuidade de vida de pessoas que vivenciaram algum tipo de contato com a morte causado por terceiros, seja direta ou indiretamente. Mais especificamente pesquiso vítimas indiretas assistidas pelo Núcleo de Apoio a Vítimas de Trânsito (Navi), do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ); policiais militares realizando trabalho administrativo – internamente a um Batalhão da Polícia Militar do Estado Rio de Janeiro (BPM-PMERJ) – devido a experiências de extrema tensão e perigo vivenciadas nas ruas; e cadeirantes e atletas treinando no projeto Renascer, Servir e Proteger, que funciona no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da PMERJ e atende tanto a civis quanto a policiais. Exploro como as situações de grave perigo e tensão experienciadas causam efeitos presentes às pessoas, atentando a como suas memórias atuam na interpretação e na percepção de situações correntes. Assim, delineio os elementos componentes da memória (que chamo de memória actancial) relativos à proximidade com a morte, como lembranças-imagens e tonalidades afetivas, atuando em suas ações presentes e gerando diversos efeitos em suas vidas, o que as pessoas podem constatar como mudanças em si mesmas. Também mapeio, por meio da memória, as visões de mundo construídas ou reforçadas após as situações de contato com a morte, em que as pessoas se veem cercadas por um perigo iminente (mundo hostil) ou pela desmotivação extrema (mundo penoso). Busco mapear, igualmente, as distintas metafísicas morais guiando tais visões, isto é, os quadros de referência contendo sentidos constituídos e mobilizados pelas pessoas, sendo projeções servindo de orientação para as suas ações. Assim foi possível compreender diferentes formas de se vivenciar o luto e as possibilidades de construção de “futuros melhores”. A pesquisa foi realizada como uma Grounded Theory, constituída por meio de observação, entrevistas compreensivas e recolhimento de relatos. |