Avaliação agroambiental do uso de lixiviado de aterro sanitário na produção de mudas de Senna macranthera (DC. Ex Collad) H.S. Irwin e Barneby

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Franco, Heider Alves
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Multidisciplinar; BR; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente
• Palavras-chave em Português: Effluent; Environmental impact; Ecotoxicology; Vegetable production; Senna macranthera; Efluente; Impacto Ambiental; Ecotoxicologia; Produção Vegetal; Meio ambiente - Contaminação; Impacto ambiental; Toxicologia ambiental; Lixiviados; CNPQ::ENGENHARIAS::ENGENHARIA SANITARIA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14240

O crescimento populacional e econômico são os agentes de maior ação sobre a exploração dos recursos naturais. Associado a isso, consta o aumento exponencial na geração de resíduos sólidos que é influenciado também pela obsolescência programada. Quanto à destinação final o uso do aterro sanitário é considerado a forma ambientalmente correta. Contudo, mesmo esse, apresenta seu passivo ambiental, a geração de lixiviado, líquido proveniente da percolação da água da chuva e da umidade dos resíduos. Esse apresenta elevado potencial poluidor devido a sua constituição variável. Sendo assim, a reutilização do lixiviado de aterro na atividade florestal, pode contribuir na redução da exploração dos recursos hídricos, fortalecer a atividade e contribuir com as legislações vigentes. O presente trabalho objetivou avaliar do efeito agroambiental da aplicação de lixiviado de aterro sanitário na irrigação da produção de mudas de Senna macranthera. Realizou-se a caracterização físicoquímica e ecotoxicológica, com diferentes organismos teste, do lixiviado de aterro sanitário. Avaliou-se os efeitos físicoquímicos da aplicação do poluente sobre substratos para produção de mudas via ensaio em colunas de lixiviação. A partir desse realizou-se análises ecotoxicológicas para definir o potencial de impacto ambiental do efluente gerado nas colunas. Avaliou-se também o efeito de doses de lixiviado de aterro sobre as características morfológicas de mudas de Senna macranthera. Observou-se efeito deletério do lixiviado de aterro em estudo sobre a germinação de sementes da espécie em diferentes substratos com elevada discrepância nos ensaios ecotoxicológicos realizados na caracterização do lixiviado de aterro sanitário. Para o ensaio em placa de Petri, foi observada uma inibição da germinação em 50% das sementes, bem como redução drástica do comprimento da raiz com a utilização de uma dose de 6,25% de lixiviado. Todavia no ensaio em substrato de cultivo isso ocorreu no tratamento 50%. No âmbito da caracterização da toxicidade do lixiviado de aterro sanitário, sobre Brachydanio rerio, nota-se que a concentração letal capaz de causar 50% de mortalidade foi identificada em 2,24% de lixiviado. Na avaliação da toxicidade direta sobre o meio de cultivo, identificou-se diferenças importantes para a concentração mediana capaz de causar fuga nos organismos teste em função do tipo de substrato. Afirma-se que doses superiores a 90%, 12,5% e 3,125%, utilizadas nos substratos, comercial, convencional e orgânico respectivamente, foram responsáveis por tornar o meio tóxico. Nos ensaios em coluna de lixiviação, a aplicação do lixiviado de aterro sanitário promoveu alterações físico-químicas nos substratos, contudo essas não foram significativas para torná-los um meio impróprio para cultivo de espécies vegetais. Notam-se, alterações no lixiviado gerado após as colunas, todavia, o mesmo mostrou-se menos tóxico aos organismos teste do que o lixiviado in natura com suas diluições. Não foi observado efeito significativo das doses estudadas sobre as características morfológicas da espécie. Sob a ótica agronômica e ambiental, pode-se sugerir a utilização do lixiviado de aterro sanitário na dose de 12,5%, na irrigação de mudas de Senna macranthera, servindo essa atividade como uma rota de reuso para o poluente.