Potencial patogênico de cepas de Escherichia coli Enteropatogênicas atípicas (aEPEC) isoladas de cães e humanos com sintomas de diarreia
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18308 |
Resumo: | Nas últimas décadas cepas de Escherichia coli Enteropatogênica atípicas (aEPEC) emergiram como um importante patógeno associado à diarreia infantil no mundo, cenário compartilhado pelo Brasil. aEPEC são comumente encontradas em diferentes espécies animais, incluindo animais de companhia como os cães, onde frequentemente compartilham do mesmo sorotipo, genes de virulência e apresentam alta similaridade genética com cepas humanas. Embora haja o risco, o papel de aEPEC como agente zoonótico ainda não está bem definido. No presente trabalho, um grupo de cepas aEPEC (n=5) dos sorotipos O4:H16, O11:H16, O49:H10 e O51:H40 (2), isoladas de cães filhotes com diarreia foi comparado com outro grupo de cepas dos mesmos sorotipos (n=5), isoladas de casos de diarreia infantil no Brasil, quanto às características genotípicas e fenotípicas de virulência, procurando descrever similaridades que sustentem a capacidade patogênica destas cepas quando transmitidas ao homem. Para tal, foram avaliadas: i) a presença de fatores associados à virulência por PCR (genes ecpA, hcpA, iha, paa, csgAB, saa, pilS, toxB, ehxA, espP e 16 genes nle) e testes fenotípicos (expressão de fímbrias Curli e T1F), ii) a relação filogenética e a clonalidade entre as cepas por MLST e PFGE, e iii) a capacidade de aderir, invadir e sobreviver em células intestinais humanas por meio de ensaios “in vitro”. A ocorrência de genes de virulência foi similar entre as cepas caninas e humanas, onde os genes ecpA, csgAB e hcpA foram encontrados na maioria das cepas, enquanto efa-1 e toxB foram apenas observados nos sorotipos O4:H16 e O49:H10, respectivamente. As cepas de igual sorotipo apresentaram um perfil similar de genes nle, com os genes nleB, nleE ocorrendo nas cepas dos sorotipos O4:H16 e O51:H40. Os STs 10 (sorotipos O4:H16, O11:H16 e O51:H40) e 206 (O49:H10) foram identificados entre as cepas, onde, após análise por PFGE, o dendograma demonstrou o agrupamento entre as cepas de igual ST e sorotipo, embora sem a ocorrência de clones entre as cepas caninas e humanas. As cepas de ambas as origens apresentaram o fenótipo de aderência LAL em células HEp-2, Caco-2 e T84. Além disso, todas demonstraram a capacidade de invadir e sobreviver por ao menos 48 horas em monocamadas polarizadas da linhagem intestinal humana T84. Em suma, estes achados indicam que cães filhotes carreiam cepas aEPEC potencialemente patogênicas ao homem, que em condições higiênico-sanitárias não adequadas, podem ser transmitidas a uma população susceptível, principalmente crianças com menos de 2 anos, e estabelecer um quadro infeccioso de diarreia. |