Avaliação da transmissão vertical da toxoplasmose em gestantes com infecção aguda no HUPE/UERJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bartholo, Barbara Beatriz Garcia Raskovisch
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8833
Resumo: A toxoplasmose aguda na gestação é causada pelo Toxoplasma gondii transmitido pela ingesta de alimentos infectados, hemotransfusão, transplante de órgãos e pode evoluir com transmissão vertical (TV). A TV ocorre durante a fase aguda da doença na gestação e pode provocar malformações fetais como calcificações cerebrais, coriorretinite, convulsões, hidrocefalia ou microcefalia, além de outras complicações fetais. Estima-se que 25-30% da população mundial seja infectada pelo T.gondii aproximadamente e a prevalência da infecção congênita é em torno de 0,2 a 2 por 1.000 nascidos vivos. O Ministério da Saúde (MS) estabelece clara diretriz sobre a triagem e tratamento da toxoplasmose aguda na gestação. Entretanto, a literatura nacional e internacional apresenta controvérsias sobre conduta diante da doença, não havendo evidências concretas sobre a eficácia do tratamento e a validade da triagem no pré-natal. O estudo objetiva avaliar a taxa de TV e os demais desfechos gestacionais desfavoráveis em gestantes com infecção aguda pelo T.gondii, assim como as variáveis sociodemográficas dessas pacientes. Foi realizado estudo de coorte concorrente com amostra constituída por 26 pacientes com toxoplasmose aguda. As gestantes diagnosticadas ou com suspeita de toxoplasmose aguda foram avaliadas clinicamente, responderam a questionário sociodemográfico e tratadas de acordo com o protocolo do MS. Tais pacientes foram submetidas a exame de PCR no líquido amniótico (LA) e USG fetal mensal para o estabelecimento do status infeccioso fetal. Foi utilizado para análise estatística, à conclusão do estudo. Verificou-se elevada ingesta de água não-potável, saneamento básico inadequado e número elevado de contactantes com felinos em nossa amostra. Vinte e três pacientes foram dequadamente tratadas no prenatal, apresentando taxa de TV da doença de 17,4%. As demais pacientes (três) não foram tratadas, evoluindo com taxa de TV de 33,3%. Diagnosticou-se toxoplasmose congênita em 19,2% (5/26) dos casos. Houve maior TV da doença em pacientes infectadas no terceiro trimestre (p<0,05). Foi realizado PCR em LA em 15 pacientes com resultado positivo em apenas uma gestante, sendo o feto submetido a tratamento durante o período gestacional com esquema tríplice, apresentando-se assintomático e sem alterações em exames complementares ao nascimento, exceto pela presença de anemia leve. Os demais conceptos infectados (4/26) apresentaram hidrocefalia (2), calcificações intracranianas (1) e coriorretinite (1). Houve alteração liquórica (pleocitose e hiperproteinorraquia) em 3/5 recém-nascidos com toxoplasmose congênita. Ocorreu um óbito fetal sem confirmação da infecção congênita. Assim, observou-se correlação direta entre toxoplasmose na gestação e o baixo nível sócio-econômico/condições higiênico sanitárias inadequadas, maior transmissão vertical da doença em pacientes infectadas no terceiro trimestre (p<0,05), em concordância com demais estudos. Houve, ainda, maior taxa de transmissão vertical da doença em pacentes inadequadamente tratadas. Entre os recém-nascidos com toxoplasmose congênita, 80% apresentaram-se sintomáticos com calcificações intracranianas, coriorretinite e hidrocefalia. Encontrou-se alteração liquória (pleocitose e hiperproteinorraquia) em 60% dos conceptos com toxoplasmose congênita. Não correlacionamos a doença com aumento na taxa de partos prematuros e de cesarianas e/ou queda no Apgar.