Queijo Cabacinha do Araguaia: comensalidade, mediação e imaginários na fronteira entre Mato Grosso e Goiás
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20551 |
Resumo: | A presente pesquisa de doutoramento surgiu das possibilidades de se pensar articulações interdisciplinares entre os Campos da Alimentação e da Comunicação, por meio de um fio condutor que possibilite interfaces dialógicas entre estes, e que possa fomentar e atuar como elemento catalizador de novas reflexões: aqui, o conceito de comensalidade, e consequentemente as subjacentes relações sociais imanentes ao comer, ao estar a mesa, pelo viés das ciências sociais, pelo olhar cultural. O objetivo principal deste trabalho é investigar o Queijo Cabacinha do Araguaia como ator mediador comunicacional e fomentador de imaginários conforme as histórias de vida de atores sociais que vivem na região de fronteira entre Alto Araguaia-MT e Santa Rita do Araguaia-GO, compondo um mosaico que possa contemplar uma ampla paisagem sobre o tema. Entende-se aqui a comensalidade dentro da lógica do campo da comunicação como um processo de mediação e a comida, como um ator-mediador. Assim, pressupõe-se que os sujeitos desta pesquisa, através da sua história de vida, possam revelar marcas da sua relação de transição entre espaço, tempo, identidade e consumo, mediando através da comensalidade, tendo o Queijo Cabacinha do Araguaia como um ator central no processo. Os principais referenciais teóricos são: identidade Hall (1997), Roberto DaMatta (1976); consumo: Canclini (1999), Douglas e Isherwood (2006) e Bauman (2008); espaço: Milton Santos (2006), Tuan (1983), Arbaret-Schulz et al. (2017) e Foucher (1991); temporalidades e fenomenologia da percepção: Merleu-Ponty (1999); comensalidade: Flandrin e Montanari (2018), Fischler (2011), Câmara Cascudo (1967, 2014) e Doria (2009). Para os laços comunicacionais Martin-Barbero (2009) e Latour (2005). É uma pesquisa qualitativa e empírica, sobre o método etnográfico (GEERTZ, 2008; DAMATTA, 1978) e que utilizou a metodologia da história de vida (BERTAUX, 1997; BECKER, 1994; BRIOSCHI, TRIGO, 1987), instrumentalizando entrevistas abertas com os sujeitos da pesquisa – atores do ciclo comensal do Queijo Cabacinha do Araguaia -, fotografias, documentos e observação. (BAUER; GASKELL, 2010). A investigação percebeu que o Queijo Cabacinha do Araguaia, como um ator-mediador é central na vivência e memórias das personagens que contribuíram com suas histórias de vida. Ele faz parte da paisagem do imaginário local e de fato é indissociável da ideia da fronteira do Araguaia como um lugar imaginado. Mais do que isso ele é um elemento que favorece a transição entre pontes literais e simbólicas. Ainda que existam outros queijos similares pelo país e pelo mundo, o Queijo Cabacinha do Araguaia é único, na medida em que, para além do seu terroir, como ele é um elemento cultural que habita o tempo fenomenológico dos comensais do seu ciclo. |