Classificações de estratégia das plantas explicam performance ecofisiológica e a montagem das comunidades
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20128 |
Resumo: | Classificar as plantas em estratégias ecofisiológicas é fundamental para predizer a performance das espécies e alterações na comunidades vegetais diante da intensificação global nos eventos de seca. Com base nas características funcionais das plantas, as estratégias ecológicas descrevem como as espécies respondem a distúrbios e escassez de recursos em geral (e.g. CSR; Competição - C%, Tolerância ao estresse - S% e Ruderalidade - R%), enquanto as fisiológicas descrevem como respondem especificamente à seca (e.g. Escape, Evitação e Tolerância à desidratação). Outras classificações avaliam a vulnerabilidade das plantas à seca a partir da combinação de diferentes mecanismos fisiológicas (e.g. índice Tcrit; tempo para uma planta atingir níveis críticos de estresse hídrico), mas o poder preditivo deste índice ainda não foi testado. Aqui nós avaliamos (i) a relação entre essas três classificações e (ii) se essas explicam a taxa de crescimento das plantas e a montagem das comunidades, esperando que (i) plantas menos tolerantes ao estresse (menor S%) sejam menos tolerantes à desidratação e mais vulneráveis à seca (menor Tcrit), logo, (ii) crescem menos durante a estação seca. Metodologia: Nós medimos 13 características morfológicas e fisiológicas em 10 espécies lenhosas dos Campos de altitude (ambiente tropical de altitude com deficiência hídrica sazonal) e suas taxas de crescimento durante as estações seca e chuvosa. Resultados: Todas as espécies avaliadas exibem a estratégia S%, mas diferem no grau de tolerância ao estresse (62–96%) e no principal mecanismo fisiológico de resposta à seca (Capacitância vs. Resistência hidráulica), formando um contínuo de uso mais aquisitivo da água (espécies S% que evitam a desidratação; S-evitadoras) ao uso mais conservativo da água (espécies S% que toleram a desidratação; S-tolerantes). Espécies S-evitadoras foram classificadas pelo Tcrit como menos vulneráveis à seca (maior Tcrit), mas não houve relação entre Tcrit e o crescimento das plantas na estação seca. Espécies S-evitadoras cresceram menos em ambas as estações, mas essa relação não foi significativa com a estratégia S%, apenas com as estratégias fisiológicas. Discussão: A existência de plantas S% com estratégias fisiológicas distintas é possível porque as estratégias CSR descrevem apenas qual a função ecológica primária das espécies (e.g. tolerar o estresse; S%), mas não como esta função é desempenhada ao longo do tempo (e.g. evitando ou tolerando a desidratação). Tal como a estratégia S%, o índice Tcrit não explicou o crescimento das espécies durante a seca, pois ao agrupar estratégias fisiológicas distintas numa mesma categoria não conseguem detectar o papel individual destas para a performance das plantas, limitando o poder preditivo dessas duas classificações. O fato de as espécies com uso mais aquisitivo da água (S-evitadoras) crescerem menos inclusive na estação chuvosa pode estar associado à maior demanda evaporativa nos Campos de altitude, pois a seca atmosférica pode causar estresse hídrico nas plantas mesmo com água no solo. Assim, nosso trabalho destaca a importância de distinguir as estratégias fisiológicas das plantas para predizer a performance das espécies e detectar mecanismos específicos de filtragem ambiental (origem da seca: solo ou atmosfera), mostrando que plantas evitadoras são mais vulneráveis à seca atmosférica. |