Perigo vermelho: análise cartográfica das práticas discursivas anticomunistas no Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Thereso, Priscila Gurgel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18808
Resumo: Nesta dissertação são apresentadas as análises do que denominamos práticas discursivas anticomunistas a partir do recorte de enunciados em pronunciamentos oficiais de dois presidentes do Brasil, em momentos diferentes da história — um no século XX e outro no século XXI —, para entender de que modo a defesa da Nação contra os perigos do comunismo parece ser um discurso de defesa da propriedade privada no país. A pesquisa apresenta de que forma essas práticas discursivas se mantiveram atualizadas, apesar da distância temporal de mais de 80 anos entre os pronunciamentos analisados, e mostra, por meio dos enunciados, como o comunismo foi um perigo inventado no Brasil e de que forma criou raízes no inconsciente nacional. Para tal, optamos pela cartografia (PASSOS; BARROS, 2015) como caminho teórico-metodológico, pois acreditamos na existência das implicações do pesquisador sobre o objeto de pesquisa, recusando, assim, a perspectiva da ciência positivista, fundada na pretensa neutralidade do pesquisador. Usamos, para essas análises, as noções de formação discursiva (FOUCAULT, 1969; MAINGUENEAU, 2015), demostrando regularidades dessas práticas discursivas anticomunistas; de cenografia (MAINGUENEAU, 2013, 2015; ROCHA, 2006, 2014), ao detalhar a cenografia de combate dos enunciados; de linguagem-intervenção (ROCHA 2006, 2014), mostrando como a linguagem cria realidades; e de interdiscurso (MAINGUENEAU, 2015). Esses conceitos compõem o referencial teórico das análises, nas quais identifico que essas práticas discursivas anticomunistas atravessam e são atravessadas por questões de ordem do mercado, da moral e dos bons costumes, e da nacionalização. O resultado dessa pesquisa-processo não nos confirma ou nega a hipótese levantada sobre a defesa da propriedade privada a partir da análise dos enunciados anticomunistas pronunciados, mas evidencia o poder de intervenção da linguagem e mostra o quão necessária é a mudança do paradigma da cognição em voga, para que os sujeitos sejam considerados protagonistas em suas ações no mundo, e que haja, assim, uma mudança no status quo.