Poéticas do silenciamento na literatura migrante do sul asiático escrita por mulheres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Fernandes, Thallita Mayra Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20852
Resumo: Esta tese aborda as representações estéticas do silêncio nas obras The Inheritance of Loss, de Kiran Desai (2007), Home Fire, de Kamila Shamsie (2017) e A Golden Age, de Tahmima Anam (2007). As escritoras, classificadas por Ruvani Ranasinha como Sul-Asiáticas, figuram formas insubmissas de silêncios, que conversam com os silenciamentos culturais, históricos e sociais nascidos de relações de poder, de gênero e de colonialidade, mas também geram estratégias de resistência, confronto e liberdade. O primeiro capítulo discute a forma como a ideia de nação surge a partir das relações de colonialidade geradas pela colonização e como as relações de poder decorrentes da Colonialidade de Poder (QUIJANO, 1999) e da Colonialidade de Gênero (LUGONES, (2007) geram situações de subalternidade e violência decorridas da normatização imperial fundamentada pela lógica abissal moderna (SOUSA SANTOS, 2010; 2018) e como a pretensa ideia de um amálgama nacional determina quem pode ou não ser considerado cidadão dentro de um determinado território. Será apresentada a forma como o corpo das protagonistas do sexo feminino nas obras literárias é representado à luz do choque cultural ocasionado pelas migrações e pelos conflitos étnicos, religiosos, sociais e culturais decorrentes do deslocamento geográfico e epistêmico, que balizam questões políticas acerca do pertencimento e da identidade dentro e fora da nação de acolhimento. O segundo capítulo coloca em tela o conceito de Silenciamento, utilizando como aporte teórico pensadores pós-coloniais e explorando a Estética do Silêncio (SONTAG, 2002). O objetivo é investigar as estratégias que as autoras dos textos literários utilizam para representar situações de violência e apagamento sobre os corpos das protagonistas (ou de outros membros de suas famílias). Tais situações podem gerar traumas e situações limite, que, por sua vez, podem resultar em tentativas de silenciamento por punições tão severas quanto a morte (extermínio do corpo e da voz). Por outro lado, os silêncios subversivos frequentemente figuram nas narrativas e se manifestam por meio de atos de confronto silenciosos e de ruídos nos discursos estabilizados, ações que denotam a relutância em responder da forma como é esperado pelas construções sociais vigentes. O terceiro capítulo consiste em um ensaio sobre as obras literárias, com a finalidade de demonstrar como as autoras utilizam o silêncio insubmisso e o silêncio opressor para significar o papel das mulheres no tecido histórico da partição