Cooperação para o Desenvolvimento como Agenda de Política Externa: Assimetria, Humilhação e Condicionalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Conde, Leandro Carlos Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12530
Resumo: O campo da cooperação internacional para o desenvolvimento (CID), tal como fora constituído no pós-Segunda Guerra Mundial, está relacionado com a dominação material e simbólica dos países desenvolvidos sobre os países em desenvolvimento, tipo de dominação que é fundamental para a manutenção das desigualdades entre os Estados no sistema internacional. Aqui se propõe um olhar crítico da constituição desse campo, trazendo as discussões e os embates que permeiam sua elaboração conceitual e histórica. Busca-se fazer uma genealogia do desenvolvimento, sem a presunção de dar conta do todo, mas selecionando os principais eventos que identificamos como sendo centrais em sua trajetória. Discute-se como o ―desenvolvimento‖ se constituiu como uma crença ocidental amplamente compartilhada como um fenômeno global, e funcionando como um fio condutor na agenda da cooperação, tendo aliados a ele vários outros objetivos, que podem estar claros ou não ao longo dessa trajetória. Busca-se mostrar como o conceito de desenvolvimento é central para entender-se a força simbólica que sustenta o discurso da cooperação internacional para o desenvolvimento. A promoção do desenvolvimento no Sul esteve diretamente associada aos interesses da política externa dos países do Norte; a CID é, nesse sentido, ao mesmo tempo uma agenda de política externa e uma inovação de seu tempo. No início do século XXI, o campo da CID viu emergir novos atores, reflexo das mudanças em curso na geopolítica e na geoeconomia lideradas pelas chamadas potências emergentes. Estes Estados identificam sua cooperação como cooperação Sul-Sul (CSS), aportando ao campo da CID novos discursos e abordagens que destoam da cooperação Norte-Sul (CNS). O esforço nesta dissertação centra-se em lançar luz sobre o papel que a CID desempenha dentro do que aqui se convenciona chamar de ―sistema da humilhação‖, identificando dois padrões diferentes de cooperação. A crença coletiva no desenvolvimento é comum à CSS e à CNS, mas elas operam um regime simbólico distinto, que desloca a CSS da relação de humilhação entre os Estados, sobretudo, a partir da não aplicação de condicionalidade política, que aqui tomamos como um dos principais elementos distintivos entre as duas principais formas da CID na contemporaneidade.