As representações sociais acerca das pessoas com HIV/AIDS entre enfermeiros: um estudo da zona muda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Costa, Tadeu Lessa da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11285
Resumo: Este estudo teve como objetivos analisar o conteúdo e a estrutura das representações sociais de enfermeiros acerca da pessoa com HIV/AIDS, considerando seus elementos explicitados e não explicitados. Trata-se de um estudo quali-quantitativo, descritivo, pautado na abordagem estrutural das representações sociais, desenvolvido em duas fases de campo, em um hospital universitário da cidade do Rio de Janeiro. Na primeira fase aplicou-se a técnica de evocações livres associada à técnica de substituição, com o termo indutor portador do HIV/AIDS , na qual 150 enfermeiros respondiam em seu próprio nome (situação normal) e, após, como se fossem as pessoas em geral (situação de substituição). Estes dados foram analisados através das técnicas de Teste t de Student e construção de quadros de quatro casas, com o auxílio do software EVOC 2003. Na segunda fase foi aplicado um questionário entre 30 enfermeiros, contendo questões de caracterização, escala de likert, técnica da mise en cause e sobre o risco de enfermeiros se infectarem pelo HIV, tendo sido os dados analisados através de estatística descritiva. Os resultados evidenciaram diferentes elementos na representação analisada. Na situação normal as cognições centrais foram cuidado precaução profissional, educação em saúde e tratamento, destacando-se, pela importância atribuída aos elementos, ajuda, controle da doença, esperança, família, medicações, prevenção e solidariedade. A cognição confirmada como central foi tratamento, com uma possível centralidade para a prevenção. Na situação de substituição as cognições centrais foram homossexualidade, medo, preconceito, com destaque pela ordem de importância à contaminação, contágio, doença e prática-sexual. Considerando a hipótese de zona muda na explicitação da representação social em tela, foram identificados os elementos homossexualidade, medo, prática sexual, promiscuidade, morte e uso de drogas. Corroboraram a hipótese de zona muda, em contraposição à possibilidade de um efeito de transparência representacional, a avaliação positiva dos sujeitos para os aspectos da situação normal e o oposto para aqueles da substituição, a negação sucessiva dos elementos contra-normativos nos diversos instrumentos empregados e as normas anti-discriminatórias em relação às pessoas com HIV/AIDS e contra a homofobia. Identificou-se, igualmente, que os depoentes consideraram que um enfermeiro tem baixa vulnerabilidade ao HIV no trabalho hospitalar e alta em sua vida privada. Conclui-se que existe um processo de mudança nas representações sociais do HIV/AIDS, com a introdução da possibilidade de convivência com a doença e a diminuição da importância da morte. Por outro lado, evidenciou-se a possível existência de significativas permanências, as quais consistiram nos elementos identificados como provavelmente integrantes da zona muda nas representações sociais estudadas, com a vinculação das pessoas com HIV/AIDS à homossexualidade, à prática sexual e promiscuidade, ao uso de drogas e à morte, bem como a atitudes de preconceito e ao sentimento de medo.