Elisa Lispector e Samuel Rawet: trajetórias exiladas e suas contribuições para a literatura brasileira contemporânea
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17827 |
Resumo: | O escritor, em termos gerais, apresenta-se como alguém que necessita comunicar algo. No entanto, Elisa Lispector e Samuel Rawet atentaram para um paradoxo: o escritor, apesar de sua urgente necessidade de dizer, contar, narrar, está envolvido numa incontornável incomunicabilidade. Para eles, o texto poderá encontrar seu leitor, cedo ou tarde. Certo grupo da literatura brasileira contemporânea, caracterizado como a Terceira Geração de escritores judeus, vem contribuindo para o (re)encontro dos autores imigrantes estudados nesta tese com seus leitores. Seja pela aproximação temática, seja pela semelhança biográfica, esse grupo e os autores estudados aqui se preocupam com a trágica trajetória de imigrantes, deslocados de toda natureza, que abandonam a ideia de pertencimento e identidades fixas para compreender a escrita como a verdadeira morada. Elisa Lispector e Samuel Rawet, embora estivessem de alguma forma assimilados e integrados ao espaço sociocultural brasileiro, mantiveram-se à margem do mainstream literário, cultuando certa imagem de escritor autônomo e independente. Elisa foi mantida à margem da obra da irmã ilustre e popular e perseguiu uma escrita sobre mulheres abaladas pelo controle patriarcal, enquanto Rawet, de forma mais visceral, rompeu com a comunidade judaica e assumiu sua homossexualidade. Estas condutas os colocaram num isolamento (in)voluntário, constituindo uma espécie de nova emigração. Assim, compreendemos que o isolamento destes autores contribuiu para a sua criação literária e constituiu o que chamamos de pós-exílio. Este pós-exílio, ou segundo exílio, configura a perspectiva necessária ao escritor e configura estratégia de isolamento do mainstream literário para consolidar a liberdade criativa. Deste modo, eles enunciaram um discurso literário também à margem, considerado atualmente um dos pilares do caráter pós-moderno da produção cultural e suas trajetórias e escolhas temáticas contribuem para a literatura brasileira contemporânea |