Um salto no escuro: trajetórias de sofrimento e de resistência entre ex-servidores pedevistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Serrano, Marcela Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8315
Resumo: Um salto no escuro é uma expressão retirada de uma das doze entrevistas realizadas ao longo desta pesquisa, com ex-funcionários públicos federais que aderiram a um dos três Programas de Demissão Voluntária (PDVs) implementados no governo FHC. Os PDVs fazem parte das chamadas reformas estruturais (às quais chamarei contrarreforma neoliberal) implementadas durante a década de 1990 e início dos anos 2000. As transformações políticas e econômicas que aconteceram nesse período tiveram efeitos devastadores, especialmente para os trabalhadores. Quase vinte anos após o primeiro PDV, a precariedade e vulnerabilidade ainda vincam as trajetórias desses sujeitos. Sete dos meus entrevistados afirmaram que depois da adesão ao PDV nunca mais tiveram emprego formal. Muitos, já com idade avançada e saúde comprometida, não têm sequer a perspectiva da volta ao mercado formal. As narrativas dramáticas revelam os impactos do neoliberalismo sobre as vidas desses sujeitos. Mas a pesquisa nos mostrou que, para além dos relatos de sofrimento, há também histórias de resistência, especialmente entre aqueles que se organizaram no Movimento pela Reintegração dos Pedevistas (MURP). Para esses, a militância tem tido papel fundamental na manutenção de sua integridade física e mental. Além das entrevistas, a participação em algumas reuniões do movimento dos pedevistas e a análise de documentos e reportagens sobre os PDVs foram fundamentais para as conclusões dessa tese.