Alimentação no âmbito do sistema brasileiro de vigilância de fatores de risco e proteção à saúde de adolescentes: padrão alimentar e validade dos indicadores
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7219 |
Resumo: | Com o intuito de subsidiar ações de prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis no mundo, uma das medidas propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é criação de sistemas de vigilância de fatores de risco e de proteção comportamentais para essas doenças específicos para os adolescentes que sejam desenvolvidos no ambiente escolar. Em alinhamento com essa recomendação, no Brasil, foi realizada em 2009 a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) com a perspectiva de ser repetida regularmente e servir de fonte de dados para o sistema brasileiro de vigilância de fatores de risco e proteção à saúde de adolescentes que abarca, entre outros temas, o consumo alimentar. Até o momento, não haviam sido realizados estudos de validação do instrumento utilizado. Além disso, as análises sobre consumo e rotinas alimentares realizadas até agora se restringem ao exame, em separado, de alimentos e rotinas marcadores de alimentação saudável e não saudável. O objetivo do presente estudo foi avaliar as práticas alimentares no âmbito do sistema brasileiro de vigilância de fatores de risco e proteção à saúde de adolescentes. Seus resultados são apresentados na forma de dois artigos. O primeiro teve como objetivo avaliar a validade dos indicadores de práticas alimentares utilizados na PeNSE entre adolescentes do cidade do Rio de Janeiro. Para isso, em 2011, foram estudados 174 alunos do 9º ano do ensino fundamental de nove escolas públicas e privadas. Os estudantes preencheram o questionário (QUEST) usando um microcomputador de mão (Personal Digital Assistant). Em seguida, responderam por telefone três recordatórios de 24h (R-24h) (método de referência). Os indicadores avaliados foram o consumo regular (≥5 vezes/semana) de alimentos marcadores de alimentação saudável (MAS), alimentos marcadores de alimentação não saudável (MANS) e as seguintes rotinas alimentares: realizar refeição com um responsável, realizar café da manhã e comer enquanto estuda ou assiste TV. Foram examinadas a diferença entre as proporções de consumo e de prática alimentar regular obtidas através do QUEST e dos três R-24h e especificidade, sensibilidade e índice de acurácia dos resultados obtidos com o QUEST. Para todos os MAS não houve diferença na proporção de ingestão regular de acordo com os dois métodos. Em comparação aos R-24h, as proporções de alunos com consumo regular de salgadinhos de pacote e biscoitos salgados foram maiores e as daqueles que consumiam embutidos foram menores quando estimadas pelo QUEST. Os indicadores de consumo regular de MAS e aquele referente a realizar café da manhã apresentaram maior acurácia do que aqueles de consumo regular de MANS e do que os outros dois indicadores de rotinas alimentares. Os indicadores de práticas alimentares avaliados apresentaram validade satisfatória. O segundo teve como objetivo identificar os padrões alimentares de adolescentes brasileiros e descrever suas distribuições nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. Foram estudados 60.954 alunos, de escolas públicas e privadas, que participaram da PeNSE conduzida em 2009. Utilizou-se a análise de cluster e foram identificados três padrões alimentares: saudável (27,7%), não saudável (34,6%) e misto (37,7%). Em geral, foi baixa a proporção de adolescentes com padrão saudável de alimentação. Observou-se maior proporção de adolescentes classificados como pertencentes ao padrão saudável nas capitais das Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Identificaram-se diferenças nas prevalências dos padrões tanto inter quanto intrarregionais, com maior heterogeneidade nas Regiões Norte e Nordeste. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal apresentou correlação positiva com o padrão saudável e negativa com o padrão misto. A identificação de padrões alimentares diferenciados nas capitais brasileiras permite que sejam elaboradas ações de promoção da saúde mais adequadas a cada realidade |