O uso da esponja marinha Hymeniacidon heliophila (Wilson, 1911) (Filo Porifera) como modelo experimental para a avaliação dos efeitos do hormônio sintético 17α-etinilestradiol

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ferreira, Hudson Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5797
Resumo: Um problema ambiental fundamental enfrentado nos últimos anos é o dos micropoluentes emergentes, denominados desreguladores endócrinos, que são despejados nos oceanos. Dentre essas substâncias, o estrógeno sintético 17α-etinilestradiol tem sido identificado como o principal composto responsável pelas alterações endócrinas em organismos aquáticos. Esta pesquisa teve como principais objetivos: a padronização de bioensaios de exposição da esponja Hymeniacidon heliophila (Wilson, 1911) ao estrogênio contraceptivo sintético 17α-etinilestradiol, e o estabelecimento da técnica mais adequada de extração de RNA mensageiro total desta esponja marinha. Para tanto, durante três campanhas, esponjas marinhas da espécie H. heliophila, foram coletadas na região do costão rochoso da praia de Itaipu. Os indivíduos foram retirados vivos e inteiros do costão rochoso, sempre submersos em água marinha, e acondicionados em sacos plásticos transparentes contendo água do próprio local de coleta; onde permaneceram até serem aclimatados em aquário marinho de 200 litros previamente disposto no Laboratório de Genética Marinha (LGMar), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Campus Maracanã. Foram realizados dois tipos de bioensaios com esponjas marinhas expostas ao hormônio sintético 17α-etinilestradiol: A) Bioesaios de exposição utilizando aquários do tipo beteira com diferentes concentrações do hormônio: controle; 40; 200; 1000 e 5000 ng/L-1 e diferentes tempos de exposição: 10; 40; 120 minutos; seis e 24 horas; B) Bioensaios em tubos tipo Falcon de 50 mL, com a concentração do hormônio de 5000 ng/L-1 e tempos de 40 e 120 minutos. Além disso, duas metodologias foram escolhidas para a extração do RNA: A) após os tempos de exposição preconizados, as amostras de esponjas foram contidas em RNAlater e armazenadas no freezer à -80°C até a extração do RNA; B) as extrações do RNA total das amostras de esponjas, foram realizadas imediatamente após os biosensaios. A espécie H. heliophila apresentou um ótimo desempenho para sua manutenção em laboratório, as duas condições de bioensaios analisados se mostraram bastante satisfatórios, pois não foi registrado sinais de estresse nos organismos durante seu manuseio para realização dos testes de toxicidade. A padronização das condições de manutenção em laboratório da esponja marinha H. heliophila e a determinação de um controle positivo de efeito nos dois tipos de bioensaios aplicados, contribui para o estabelecimento desse organismo como um modelo animal promissor a ser utilizado em ensaios ecotoxicológicos. O RNA obtido por meio do armazenamento das amostras de esponjas em freezer -80°C não apresentou padrão de fragmentação que permitisse a identificação de bandas no gel. Já o RNA total extraído imediatamente após o bioensaio, proporcionou o padrão esperado, isto é, a presença de duas bandas correspondentes ao RNA ribossomal 28S e 18S quando da sua análise em gel de agarose a 1%. Como resultado principal deste estudo temos o modelo de bioensaio de exposição a micropoluentes normatizado para a espécie modelo, Hymeniacidon heliophila, e para o poluente 17α-etinilestradiol