Efeitos da cobertura vegetal ripária sobre o metabolismo e biodiversidade de córregos de mata atlântica na bacia do Rio Guapiaçú, RJ
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4949 |
Resumo: | Alterações no uso e cobertura do solo causam modificações físicas em ecossistemas lóticos, como diminuição do sombreamento e entrada de matéria orgânica alóctone, enriquecimento trófico e entrada de poluentes. Estas modificações influenciam simultaneamente a composição da comunidade e os processos ecossistêmicos, o que compromete o funcionamento destes ecossistemas e sua capacidade de fornecer serviços ambientais (e.g. ciclagem de nutrientes, fornecimento de água e bens de consumo). Processos metabólicos ecossistêmicos (Produção Primária Bruta (PPB); e Respiração (R)) são de aspectos de grande interesse em estudos sobre a influência da vegetação ripária para ecossistemas de córregos, pois as taxas metabólicas são fortemente reguladas por variáveis como luminosidade, concentração de nutrientes e entrada de matéria orgânica alóctone, além de afetarem a biodiversidade. Em regiões tropicais as taxas de desmatamento são elevadas, enquanto a capacidade de regeneração das florestas é menor comparada a florestas temperadas. Esta tese apresentada estudos descritivos sobre o impacto do desmatamento ripário e consequentes mudanças na configuração física dos córregos sobre o metabolismo, estrutura da comunidade de macroinvertebrados aquáticos e distribuição e abundância de crustáceos decápodas na bacia do Rio Guapiaçú, RJ, bem como trabalhos de revisão bibliográfica sobre os efeitos do uso do solo no metabolismo de córregos. O estudo de revisão da bibliografia mostra que o uso do solo em diversas escalas geográficas eleva as taxas metabólicas de córregos, o que geralmente foi atribuído ao aumento na luminosidade e especialmente na concentração de nutrientes que estimula tanto a PPB quanto a R. É evidenciada uma grande escassez de estudos sobre o tema em córregos tropicais com apenas um estudo encontrado para córregos de Mata Atlântica. O estudo na Bacia do rio Guapiaçú demostra que as taxas metabólicas de córregos de Mata Atlântica são positivamente relacionadas ao aumento do desmatamento ripário. Um modelo e análise de caminhos, criado para descrever a cascata de efeitos que liga o aumento de desmatamento às alterações metabólicas e aos impactos na biodiversidade indicou que a redução no sombreamento e o aumento na concentração de amônio levaram à redução da saturação mínima de oxigênio. Isso foi causado principalmente pelo aumento no consumo de oxigênio, como consequência do aumento nas taxas de PPB e R, esta última fortemente influenciada pela concentração de amônio na água. Essa queda na saturação de oxigênio foi a principal variável influenciando a redução na diversidade de macroinvertebrados aquáticos, que também foram afetados diretamente pela redução no sombreamento. Crustáceos decápodas (camarões a caranguejos) foram pouco abundantes em córregos da bacia, ocorrendo primariamente em córregos de menor porte, fortemente sombreados e com abundância de substratos de folhiço alóctone. Foi registrada a ocorrência de espécies anfídromas, indicando relativa conectividade ecológica na bacia, uma vez que esses organismos utilizam todos os trechos ao longo do ciclo de vida. Estas espécies podem ser localmente extintas com a construção de uma represa no baixo curso do Rio Guapiaçú (em andamento), assim é recomendado que medidas mitigatórias (construção de passagens artificiais) sejam aplicadas. |