Efeitos agudos da ingestão de café sobre a pressão arterial e função endotelial em indivíduos hipertensos em tratamento medicamentoso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Castro, Fernanda Barboza de Araujo Lima de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19594
Resumo: A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a principal causa de doença cardiovascular (DCV) no mundo e o controle adequado da pressão arterial (PA) é capaz de reduzir o risco cardiovascular em hipertensos. O café apesar de ser rico em cafeína, substância com efeito pressor agudo, também possui ácidos clorogênicos (ACGs) que podem auxiliar na redução da PA. Atualmente, os efeitos agudos do café sobre a PA e a função endotelial em hipertensos ainda não foram estabelecidos. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos agudos da ingestão de café sobre a função vascular em hipertensos sob tratamento medicamentoso e com ingestão habitual de café. Foi realizado um ensaio clínico randomizado, controlado e cruzado com pacientes hipertensos entre 40-65 anos consumidores habituais de café. Os participantes realizaram 3 visitas de intervenção, com intervalo de 1 semana, nas quais ingeriram de forma aleatória uma dentre 3 bebidas: café expresso com cafeína (CC) (61,42 mg ACGs; 135 mg cafeína), café expresso descafeinado (CD) (68,07 mg ACGs; 5 mg cafeína) e água. A PA periférica foi avaliada de forma contínua durante 15 minutos antes e durante 90 minutos após a ingestão das bebidas por fotopletismografia digital (Finometer Pro). Antes e 90 minutos após a ingestão das bebidas, os parâmetros hemodinâmicos centrais foram avaliados por tonometria de aplanação (SphygmoCor) e a função endotelial foi avaliada através da tonometria arterial periférica (PAT) utilizando-se o equipamento Endo-PAT2000. O teste ANOVA para medidas repetidas foi utilizado para avaliar as modificações intra e inter-bebidas. Foram incluídos 16 participantes e 14 finalizaram o estudo, sendo incluídos nas análises estatísticas, apresentando 58±6 anos, 50% homens. Os efeitos das 3 bebidas sobre a PA periférica e a frequência cardíaca não foram significativamente diferentes, havendo elevação da PA (mmHg) que foi significativa após CC (10±4/7±2) e CD (8±4/7±2) e não significativa após água (6±4/4±2). A PA sistólica aórtica (mmHg) se elevou (p<0,01) após CC (19±3), CD (15±4) e água (13±3), sem diferença significativa entre as bebidas. As modificações na pressão de pulso (PP) aórtica e na pressão de aumento (AP) não foram significativamente diferentes entre as bebidas, com elevação (p<0,01) da PP aórtica após as 3 bebidas e da AP após CC e água. O índice de incremento (AIx; %) e o AIx@75 (%) se elevaram de forma significativa apenas após a ingestão do CC (10±3 e 9±3, respectivamente), havendo diferença (p<0,01) entre as 3 bebidas, sendo maior após CC em comparação com CD. A função endotelial, avaliada por meio do índice de hiperemia reativa (RHI), apresentou redução significativa após CC e CD, porém não houve diferença significativa entre as 3 bebidas. Em conclusão o CC em comparação com o CD e com a água não causou elevação mais acentuada na PA (periférica e central) e nem prejuízo mais acentuado na função endotelial, apesar de aumentar a reflexão da onda de pulso em hipertensos sob tratamento medicamentoso com ingestão habitual de café.