Estudo da morfologia e status oxidativo em rim de ratos com nefropatia isquêmica após tratamento com células-tronco mesenquimais de tecido adiposo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Camila Luna da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19081
Resumo: A nefropatia isquêmica é uma doença renal crônica provocada pela redução do fluxo sanguíneo renal que pode progredir para a doença renal terminal, cujo tratamentos disponíveis se baseiam em terapias substitutivas da função renal, como diálise ou transplante renal. No entanto, devido ao alto custo dos tratamentos e a carência de órgãos, se faz necessária a busca por novas terapias, como as células-tronco (CT). Apesar do potencial terapêutico das CT em doenças crônicas, não está claro se essas células mantêm seus efeitos benéficos em órgãos lesionados por tempo prolongado. O objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos precoces e tardios do tratamento com células-tronco adiposas (CTA) sobre a morfologia e o status oxidativo em rins de ratos com nefropatia isquêmica. A isquemia renal foi induzida pelo modelo 2rins-1clip (2R1C) e, depois de um mês da clipagem da artéria renal, foram injetadas 106 células-tronco na região subscapsular do rim afetado. Após 15 e 30 dias da injeção das CTA, a morfologia renal foi verificada por meio da análise macroscópica, microscópica e ultraestrutural. Além disso, o status oxidativo foi avaliado no tecido renal através da mensuração da atividade das enzimas antioxidantes catalase e glutationa peroxidase; e de marcadores biológicos de dano oxidativo, como proteínas carboniladas, 3-Nitrotirosina e 4-Hidroxinonenal. Por imunoperoxidase foi possível localizar as células-tronco adiposas GFP+ foram rastreadas e encontradas tanto 15 dias, quanto 30 dias após a injeção na região subcapsular. A restauração da arquitetura renal foi evidenciada 15d após o uso das células, onde detectamos redução na deposição de fibras colágenas no parênquima renal, o que não foi observado 30d após o uso das células. Os resultados também foram confirmados através da análise da ultraestrutura renal que mostraram restauração da arquitetura renal no grupo de 15d, não evidenciada no grupo de 30d. Quanto a análise do status oxidativo, somente os animais com nefropatia isquêmica mais prolongada apresentaram estresse oxidativo com redução da atividade da enzima antioxidante catalase no tecido renal. Além disso, foi observado dano proteico e lipídico, sem melhora dessa condição nos animais 30d após o tratamento com as células-tronco. No modelo de nefropatia isquêmica avaliado, o tratamento com CTA mostrou benefícios na morfologia renal a curto prazo, mas não tardiamente, apesar da permanência dessas células no tecido. Acreditamos que o estresse oxidativo, evidenciado somente no tecido renal com isquemia mais prolongada, possa ter dificultado a ação das células-tronco, contribuindo para tais achados. Esses resultados abrem perspectivas para o aprofundamento do estudo quanto à caracterização dos mecanimos de ação das CTA nas respostas anti-fibrogênicas, assim como o estabelecimento do número, frequência, vias de administração e melhor momento para uso dessas células no tratamento de doenças renais crônicas.