Prática de exercício e comportamento sedentário de professores atuantes no Brasil: antes e durante a pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Domingues, Samira Bulcão Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Educação Física e Desporto
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17929
Resumo: Introdução: O distanciamento social adotado durante a pandemia de Covid-19 modificou bruscamente a rotina profissional e pessoal de professores brasileiros. Uma vez que estas mudanças podem influenciar hábitos de atividade física e prática de exercício, e que estes hábitos estão relacionados a doenças crônicas não transmissíveis, faz-se necessário pesquisar sobre o tema. Objetivos: Avaliar e comparar hábitos referentes à prática de exercício e comportamentos sedentários de professores atuantes no Brasil, antes e durante a pandemia de Covid-19. Relacionar possíveis mudanças com o sexo do avaliado. Identificar barreiras e facilitadores para a prática de exercício. Métodos: Pesquisa descritiva, do tipo survey, predominantemente quantitativa. A amostra foi composta por 696 professores atuantes no Brasil, convidados a participar do estudo via redes sociais, e-mail, aplicativos de mensagens e grupos virtuais. Antes da aplicação, o questionário foi submetido à validação de conteúdo, com avaliação de sete juízes especialistas; e à validação de confiabilidade, pelo método teste-reteste. Então, o instrumento foi atualizado e administrado durante 45 dias, virtualmente pela plataforma Google Forms. Para o tratamento estatístico, utilizou-se Índice de Validade de Conteúdo (IVQ) e Percentual de Concordância (PC) para validar o conteúdo do instrumento, e Coeficiente Kappa (CK) para verificar sua confiabilidade. Para variáveis quantitativas aplicou-se teste Mann-Whitney e Cohen D para calcular tamanho do efeito. Para variáveis qualitativas, utilizou-se Exato de Fisher, McNemar e Chi-quadrado, conforme o caso, e coeficiente V de Kraemer para calcular tamanho do efeito. Os dados foram tratados em software SPSS versão 20, adotando p<0,05. Resultados: Encontrou-se IVC próximo a 1, PC próximo a 100%, e Coeficiente Kappa 0,803. Houve diferença significativa na atividade física dos avaliados antes e durante a pandemia, com aumento da quantidade de horas deitado sem dormir (p=0,002) e redução das atividades: caminhar até o trabalho (p<0,001), durante o trabalho (p<0,001), caminhar 10 minutos contínuos (p=0,033), ficar em pé para trabalhar (p<0,001) e carregar materiais de trabalho (p<0,001). Compromissos domésticos e familiares se tornaram uma barreira mais frequente para praticar exercícios (p=0,001); enquanto o cansaço tornou-se uma barreira menos frequente (p=0,039). Ter tempo livre foi apontado como facilitador para a prática de exercícios com mais frequência durante a pandemia (p=0,001). Na comparação entre sexos, havia mais mulheres sedentárias do que homens antes da pandemia (p<0,001), mas essa diferença diminuiu tornando-se não significativa. Durante a pandemia, responsabilidades domésticas e familiares representaram uma barreira para prática de exercícios com mais frequência para mulheres do que para homens (p=0,012). Ter tempo livre foi apontado como facilitador com mais frequência por homens do que por mulheres (p=0,021). Conclusão: A atividade física de professores atuantes no Brasil diminuiu durante a pandemia. Ter compromissos familiares e domésticos se tornou uma barreira mais frequente para a prática de exercícios. Responsabilidades relacionadas ao trabalho, como pesquisa e planejamento, permanecem sendo uma barreira para a prática de exercícios. Professoras sofreram mais impacto das responsabilidades familiares e domésticas sobre a prática de exercícios do que professores. Professores reportaram mais o tempo livre como facilitador para a prática de exercícios do que professoras.