Intervenção multimodal em grupo para a dor crônica e seus efeitos na intensidade da dor, interferência da dor na qualidade de vida e bem-estar emocional
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22821 |
Resumo: | Contexto: A dor crônica (DC) é uma causa comum de incapacidade e sofrimento emocional, necessitando de intervenção precoce efetiva para minimizar o seu impacto nas atividades de vida diárias, neste contexto, os programas de autogerenciamento para a dor crônica (PAGDC), conduzidos por profissionais de saúde, tem se mostrado eficazes para a redução da dor e melhora da qualidade de vida (QV) nessa população. Objetivo: Este estudo quase-experimental teve como intuito comparar os efeitos do tratamento de um grupo experimental, que realizou uma intervenção multimodal, associando o tratamento farmacológico a um PAGDC, realizado em grupo e baseado em terapia cognitivo comportamental e exercícios, com um grupo controle, que realizou o tratamento convencional, constituído somente pela abordagem farmacológica, na intensidade da dor, interferência da dor na qualidade de vida e nos aspectos emocionais. Métodos: Um total de 206 pacientes (em sua maioria mulheres, na faixa etária de 40 a 59 anos) com DC participaram do estudo. O Grupo de Tratamento Convencional (GTC) formado por 103 pacientes que estavam na lista de espera para o PAGDC, foi utilizado como controle. O grupo experimental, constituído por 103 pacientes, realizou o PAGDC em grupos de 8 a 10 pacientes, através de 6 encontros semanais de 2 horas de duração. A intensidade da dor e interferência da dor na QV foram acessadas através da escala do Breve Inventário da Dor (BID). O desfecho primário foi a média da diferença entre as medidas do BID que atingiram uma mudança de -1 ponto do momento basal ao pós tratamento na escala numérica de dor. Sintomas de ansiedade e depressão foram avaliados através da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD). O desfecho secundário foi a média da diferença entre as medidas do basal ao pós tratamento que implicaram em mudança de categoria de sintoma clínico de ansiedade e depressão. O teste Qui-quadrado (X2) e o Mann-Whitney U-teste foram utilizados para comparar as variáveis entre os grupos no momento basal. O teste de t-student foi utilizado para comparar a média da diferença entre os grupos do momento basal ao pós-tratamento. Resultados: O estudo revela que, o grupo de intervenção, quando comparado ao GTC, obteve uma diminuição clinicamente significativa da média da intensidade da pior dor (-1,09±3,11, p<0,001) e da média da interferência da dor nos domínios de qualidade de vida (-1,78±3,31 a -2,44±4,56, p<0,001), com uma média de tamanho de efeito para esses ganhos de 0,68 (variação=0,54–0,88). Quanto a ansiedade e depressão, comparado ao GTC, os pacientes que realizaram o programa de autogerenciamento obtiveram uma mudança na percepção de sofrimento emocional com um tamanho de efeito em média de 0,52 (variação=0,43–0,60). O grupo de autogerenciamento quando comparado ao convencional, também obteve uma chance aproximadamente 3 vezes maior de relatar uma redução de pelo menos 1 ponto na pior dor no pós-tratamento (55% vs 30%; razão de odds [RO], 2,81 [95% de intervalo de confiança (IC), 1,58–5,01]) e, de 2 a 3 vezes mais chance (IC 95% 1,06–3,28 e 1,7–5,37) de diminuir os sintomas clínicos de ansiedade e depressão. Por outro lado, o GTC não mostrou melhoras nas variáveis estudadas ao longo do tratamento. Conclusão: A intervenção multimodal através do PAGDC contribuiu para melhora da intensidade da dor, qualidade de vida e bem estar emocional dos pacientes com DC, sugerindo que o PAGDC pode ser mais efetivo que o tratamento farmacológico somente. |