Efeitos do extrato de Euterpe oleracea Mart. (Açaí) na esteatose hepática associada a obesidade: papel do sistema renina-angiotensina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Romão, Matheus Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12723
Resumo: A obesidade está associada ao desenvolvimento de diversas alterações metabólicas. A elevação do Sistema renina-angiotensina (SRA) observada na obesidade se relaciona o desenvolvimento da resistência insulínica, que por sua vez pode levar a esteatose hepática, que é o acúmulo de gordura no fígado. Estudos prévios demonstram que o extrato hidroalcoólico do caroço do açaí (ASE) atua em modelo experimental de obesidade prevenindo a hipertensão arterial, dislipidemia, ganho de peso e hiperglicemia. Além destes efeitos, o ASE demonstrou em modelo de hipertensão renovascular a capacidade de modular componentes do SRA, reduzindo os níveis de renina plasmática. Sendo assim, buscou-se avaliar o efeito preventivo do tratamento com o ASE sobre as alterações hepáticas em modelo animal de obesidade, comparando-o com os efeitos de fármacos inibidores do SRA: enalapril (ENA) e o telmisartan (TEL). Camundongos machos C57BL/6 com 30 dias de idade foram separados em cinco grupos: controle (dieta 10% lipídeos); HF (dieta 60% lipídeos); HF+ASE (300 mg/kg-1), HF+ENA (30 mg/kg-1) e HF+TEL (10 mg/kg-1). A dieta foi administrada concomitantemente com estes tratamentos, os quais foram realizados por gavagem intragástrica durante 12 semanas. A massa corporal e a glicemia foram avaliadas durante o período de tratamento. Ao fim do tratamento e posteriormente à eutanásia foram avaliados o peso do fígado, o peso do tecido adiposo visceral, o índice de Lee, o consumo calórico, o perfil lipídico hepático, a atividade das enzimas antioxidantes e o dano oxidativo em homogenato de fígado. Além disso, a expressão proteica dos componentes do SRA e do fator NF-kB foi avaliada por western blotting em homogenato de fígado. A esteatose hepática foi avaliada histologicamente. No grupo HF houve um aumento do peso corporal e da glicemia, alterações que foram prevenidas pelo tratamento com ASE e ENA. O grupo HF também apresentou um aumento do peso do tecido adiposo visceral, do consumo calórico e do índice de Lee. O tratamento com ASE preveniu o aumento do peso do tecido adiposo e do índice de Lee, o tratamento com ENA preveniu todos estes aumentos e o TEL não foi capaz de prevenir essas alterações. Todos os tratamentos preveniram o aumento dos níveis hepáticos de colesterol e triglicerídeos observados no grupo HF. O aumento do peso do fígado e a esteatose foram prevenidos pelos tratamentos com ASE e ENA. Todos os tratamentos preveniram a redução da atividade antioxidante observada no grupo HF. O grupo HF apresentou expressão aumentada de renina e AT1. Todos os tratamentos diminuíram a expressão de renina, somente o tratamento com TEL diminuiu a expressão de AT1. O tratamento com ASE aumentou a expressão de ECA-2 e Mas. Estes resultados indicam que o ASE preveniu os efeitos deletérios da dieta HF sobre o fígado, podendo ter sua eficácia comparada ao ENA. Os efeitos benéficos do ASE envolvem a redução do ganho de peso, o efeito antioxidante e também a modulação do SRA, demonstrando-se uma ferramenta importante no tratamento da esteatose hepática.