Variabilidade morfológica e genética associadas aos morfotipos de cor de Callyspongia sp. nov. com comentários sobre a plasticidade fenotípica em Porifera
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21908 |
Resumo: | A plasticidade fenotípica é definida pela capacidade dos organismos responderem a diferentes estímulos ambientais de maneiras distintas, alterando seu comportamento, sua morfologia ou sua fisiologia. As alterações na morfologia das esponjas têm sido correlacionadas com a ação das ondas, a velocidade de fluxo das correntes e da sedimentação do substrato, a variação na temperatura da água, ao movimento da água, a disponibilidade de sílica, e com fatores bióticos, como a predação e a simbiose. A plasticidade fenotípica em esponjas tem sido uma fonte de dificuldades para a análise taxonômica. No primeiro capítulo, foi realizada uma extensa revisão bibliográfica do conceito de plasticidade fenotípica em Porifera, e no segundo capítulo, utilizou-se o modelo de uma espécie de Callyspongia Duchassaing & Michelotti, 1864, encontrada na costa brasileira, para um estudo de caso. No nordeste do Brasil, vários morfotipos de cor da esponja Callyspongia sp. nov. foram observados: cinza-verde, azul / roxo, amarelo / laranja e vermelho, o que pode indicar a existência de espécies crípticas. Neste estudo descrevo caracteres morfológicos e moleculares, que contribuem para determinar o status taxonômico e testar a hipótese de que Callyspongia sp. nov. na costa brasileira representa um complexo de espécies, e não uma única espécie polimórfica. No total, 55 amostras de Callyspongia sp. nov. coletadas em Salvador, foram analisados: 12 laranjas, 15 azul / roxo, 06 vermelhas e 22 cinza / verde, e outras amostras de museu para comparação. Os espécimes de Callyspongia sp. nov., independente do morfotipo, apresentam formato ereto tubular, com superfícies repletas de cônulos, formados por espículas sustentadas por fibras de espongina, e uma reticulação nitidamente visível a olho nu. A coloração apresenta uma grande variedade in vivo: cinza, bege, verde, creme, azul, roxo, lilás, amarelo, laranja, vermelho e rosa. O esqueleto é fortemente estratificado, as fibras de espongina são preenchidas por espículas diactinais, do tipo óxeas, e apresenta a rede dupla integrada de fibras de espongina típica do gênero. O ectossoma é formado por fibras primárias e secundárias, as fibras primárias tendem a apresentar uma disposição poligonal irregular, já as fibras secundárias tendem a estar entre as fibras primárias. As fibras primárias possuem cerca de 40 μm, e as fibras secundárias, cerca de 30 μm. O endossoma é constituído por fibras primárias 47-59,81-66 μm, secundárias 23-33,14-38 μm e terciárias 5-10,62-18 μm. As megascleras, do tipo óxeas, tem tamanhos de 48 – 121 x 2 – 8 μm e as microscleras, do tipo toxas, de 8 a 19 μm. Foram utilizados três marcadores moleculares: os genes mitocondriais 16S e cox1, e os espaçadores internos transcritos nucleares (ITS1 e ITS2) do RNA ribossomal nuclear. Depois da extração do DNA genômico total, cada marcador foi amplificado e sequenciado em um sequenciador automático. As sequências foram editadas com o programa DNASTAR SeqMan® 7.1, alinhadas com o programa v6.935 MAFFT, e a relação entre elas reconstruída usando o programa MEGA6. Os nossos resultados demonstraram que os morfotipos de cor constituem uma única espécie. |